Quase 70% das empresas de TI e telecom querem usar revisões salariais para reter e atrair talento

Ambos os setores, que estão estreitamente relacionados, atravessam um momento desafiante para reter e atrair talento e, assim, crescer. Estudo da Mercer indica que a capacidade de atração é uma prioridade para as empresas.
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Quase 70% das empresas dos setores de tecnologias de informação e de telecomunicações pretendem rever salariais para criar condições de recrutar novos profissionais e fazer os negócios crescer. A conclusão é da consultora Mercer e consta no estudo "Total Compensation - Setor TI e Telecomunicações", divulgado esta terça-feira.

Os dois setores assumem existir dificuldades no reforço dos quadros de pessoa e barreiras ao crescimento dos negócios, sobretudo pela escassez de talento.

"O crescente dinamismo do mercado de recrutamento é um desafio e a capacidade de atração e de retenção são temas no topo da agenda das organizações", lê-se na nota enviada à redação.

Para Marta Dias Gonçalves, Rewards Leader da Mercer, em Portugal, o mercado de recrutamento está "muito ativo". "As empresas estão cada vez mais focadas em manter-se competitivas e em conhecer as práticas de mercado. Além das componentes tradicionais de compensação e de benefícios - que se mantém como fatores de topo para a tomada de decisão dos colaboradores - as organizações procuram cada vez mais diferenciar-se", explica a especialista da Mercer.

As empresas estão necessitadas de profissionais e olham para esse facto como um fator que influencia o crescimento do negócio. No entanto, as revisões salariais dependerão de alguns fatores, embora o desejo é usar as revisões salariais para crescer, segundo o estudo identifica tendências dos pacotes de benefícios extrassalariais atribuídos pelas empresas de ambos os setores.

Como poderão as empresas reter e atrair talento? Pela via salarial indica o estudo. Mas a eventual valorização dependerá em 90% das empresas do desempenho individual dos funcionários, e em 74% dependerá do nível da função em causa. Já o posicionamento da empresa face ao mercado vai influenciar uma revisão salarial em 59% das empresas. Apenas 10% admitem melhorar salários em função da antiguidade.

Outro ponto relevante diz respeito à rotatividade dos trabalhadores. De acordo com o estudo, as saídas voluntárias das empresas foram, em média, de 11,4% nos níveis técnicos, sendo que a taxa de novos colaboradores atinge cerca de 23%. Neste sentido, o indicador anual de renovação da força de trabalho neste setor ascende atualmente a cerca de 34%, no final do primeiro trimestre, segundo a Mercer.

Uma solução encontrada por 85% das empresas, indica o estudo, é incentivos salariais de curto prazo, como incentivos de vendas e partilha de lucros. Por outro lado, há as que optam por dar benefícios extrasalariais, como planos de saúde, automóvel e seguro de vida (são benefícios mais prevalentes).

No caso do setor das telecomunicações, em Portugal, a área atravessa um momento crítico. Nunca as telecom tiveram tão poucos recursos humanos como hoje, tal como noticiou o Dinheiro Vivo no final de 2021.

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