A rede diplomática e consular de Portugal na África do Sul está em contacto com as autoridades sul-africanas para obter mais informações sobre a morte na prisão do antigo presidente do BPP João Rendeiro, anunciou esta sexta-feira o Governo.."Tomou-se conhecimento formal esta manhã da notícia do falecimento de João Rendeiro. A rede diplomática e consular na África do Sul está a acompanhar a situação e em contacto com as autoridades sul-africanas, a procurar mais informações sobre o que tenha ocorrido", pode ler-se numa nota enviada à Lusa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros..Segundo o gabinete do ministro João Gomes Cravinho, "será prestado o apoio habitual", como "em qualquer situação que envolve um cidadão nacional"..João Rendeiro foi encontrado esta quarta-feira enforcado na cadeia onde estava detido na África do Sul, disse à Lusa a advogada do ex-banqueiro..June Marks acrescentou ainda que as autoridades estão a investigar as circunstâncias do que aconteceu..João Rendeiro estava detido numa prisão de Durban, na África do Sul, onde aguardava uma decisão sobre o processo de extradição para Portugal..O ex-banqueiro tinha sido condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do Banco Privado Português (BPP), tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já tinha transitado em julgado..Em setembro do ano passado, Rendeiro tinha sido condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva, num processo por burla qualificada, e esteve fugido à justiça até ser apanhado em dezembro na África do Sul..O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa..O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária..O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.