Rede Energia, a nova marca de gasolina low-cost

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O preço dos combustíveis continua a subir e consumo a baixar. Em abril registou-se a maior descida desde 2005, ou seja, desde que a Direcção-Geral de Energia (DGE) divulga estatísticas e em junho a quebra no consumo foi de quase 9%. Mas há empresários do sector da distribuição onde a procura não pára de aumentar.

A Rede Energia, uma nova marca de combustíveis low-cost a operar maioritariamente na Grande Lisboa desde o final do ano passado, é um claro exemplo de uma empresa que está a ter sucesso em tempo de crise. Não só está a registar crescimentos de mais de 300% nos postos de abastecimento que compra e a faturar três milhões de euros por mês, como tem planos para abrir mais quatro bombas ainda este ano.

Duas delas serão na mesma na Grande Lisboa, onde a Rede Energia já tem três postos, e as outras duas poderão ser em qualquer região do País, "consoante as oportunidades encontradas", disse ao DN/Dinheiro Vivo um dos responsáveis da empresa, Nuno Castela.

A estratégia é simples: procurar bombas de gasolina que estejam a ter dificuldades ou cujo contrato de revenda esteja a terminar e fazer um novo contrato de exploração com o proprietário, adaptando a estrutura e a imagem à Rede Energia. Um processo que, segundo Nuno Castela, pode custar "entre 150 a 300 mil euros por bomba" e para o qual a crise tem ajudado.

É que, neste momento, "não é muito difícil encontrar quem queira vender, porque o negócio não é rentável", acrescentou, explicando que essas bombas tinham as margens muito baixas mas apenas porque estimavam um elevado número de vendas. Contudo, com o aumento dos preços o consumo caiu abruptamente e as margens praticadas deixaram de fazer sentido.

Mas então o que faz a Rede Energia para tornar negócios não rentáveis em negócios com crescimento? "Abdicamos de metade da nossa margem a favor do cliente e assim podemos apresentar preços mais baixos, mas como temos muitas vendas isso compensa-nos", explicou.

Por exemplo, a bomba do Campo Grande - a primeira em Lisboa - abriu em Dezembro do ano passado e tem vendido 450 mil litros de combustível por mês.

Com o anterior proprietário vendia 700 mil litros por ano, ou seja, cerca de 58 mil litros por mês. E na bomba dos Olivais, que abriu em março deste ano, estão a vender 400 mil litros por mês, o que deverá totalizar mais de quatro milhões de litros num ano, quando com o anterior dono as vendas anuais se ficavam pelos 900 mil litros.

O segredo para atingir este volume de vendas é igualmente simples. Na Rede Energia, das 07.00 às 22.00, os combustíveis - apenas gasolina sem chumbo 95 e gasóleo aditivado - custam menos nove cêntimos em relação ao preço médio das outras bombas. E das 22.00 à meia noite, o desconto chega a ser de 11 cêntimos.

Além disso, segundo Nuno Castela, haverá várias campanhas com descontos ainda maiores, como a do dia 10 de junho, em que os preços estavam 13 cêntimos mais baixos. "Estamos a preparar uma nova campanha para Setembro, mas a nossa estratégia é que elas sejam uma surpresa", rematou.

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