Revive: investimento privado soma 142,5 milhões de euros

O governo encaixa 2,5 milhões de euros em rendas anuais relativos aos 19 imóveis concessionados. A terceira fase do programa está já a ser estudada.
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O Revive, que visa a recuperação e requalificação de imóveis públicos classificados sem uso através da concessão a privados para exploração para fins turísticos, soma já um investimento privado de 142,5 milhões de euros. O montante corresponde aos 19 imóveis já concessionados nas duas fases do programa, que garantem ao Estado rendas anuais de 2,5 milhões de euros. A iniciativa lançada em 2016, em conjunto com os ministérios da Economia, Cultura e Finanças, tem suscitado o interesse de alguns estrangeiros, mas são os investidores portugueses que mais apetite têm demonstrado pelos ativos colocados a concurso.

"As manifestações de interesse têm sido inúmeras desde o lançamento do programa, quer por parte de investidores nacionais quer por parte de investidores estrangeiros - que representam cerca de um terço destas manifestações. Muito embora a concretização do interesse, com apresentação de propostas nos concursos lançados, seja maioritariamente de investidores nacionais", revela ao Dinheiro Vivo fonte oficial do ministério da Economia e Transição Digital.

Atualmente, o programa integra 52 imóveis, tendo sido já colocados a concurso 26 e assinados 20 contratos - um deles, o do Hotel Turismo da Guarda, foi entretanto revogado.

Em matéria de apoios públicos, além da linha de apoio ao Revive com garantia mútua, as empresas concessionárias do programa têm recorrido ao Portugal 2020, através do Sistema de Incentivos à Inovação, o enquadramento financeiro necessário para a concretização dos investimentos. "Em resultado disso, foram já aprovadas cinco operações no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação do Portugal 2020, com um valor de financiamento de 12,4 milhões de euros, para um investimento total previsto de 47 milhões de euros", adianta o ministério.

Para já, não está previsto o reforço da linha de apoio ao Revive, prevendo-se que as concessionárias de imóveis encontrem também no Portugal 2030 o enquadramento financeiro complementar necessário para a concretização dos seus investimentos.
O sucesso do programa empurra-o para uma terceira fase, que deverá ser lançada em breve. O governo garante que estão, atualmente, em análise as várias propostas de imóveis para integrar esta nova fase que deverá contar com uma seleção de 15 a 20 novos ativos.

"O sucesso do programa Revive é evidente, pelo que importa dar-lhe continuidade, mantendo o modelo de gestão que foi implementado e que se tem revelado de grande eficácia e capaz de garantir a concretização dos objetivos visados. Irá prosseguir-se com o acompanhamento dos projetos que estão a ser desenvolvidos nos imóveis concessionados, sendo expectável o início de exploração de mais dois empreendimentos turísticos em 2022 e de vários outros em 2023, prevendo-se, ainda, a curto prazo, a integração de um terceiro lote de imóveis, que assegurará a continuidade pretendida para o programa", adianta.

Atualmente, dois dos imóveis concessionadas estão já em exploração, ambos sob a gestão do grupo hoteleiro Vila Galé: o Vila Galé Collection Elvas, que resulta da reabilitação do Convento de S. Paulo, fruto de um investimento de nove milhões de euros e o Vila Galé Collection Alter Real, que nasceu da recuperação de Coudelaria de Alter, orçado em 10 milhões.


Revive Natureza
Desde o início da sua atividade, a 2 de janeiro de 2020, e até ao final de 2021, o Fundo Revive Natureza, criado no seguimento do Revive, lançou 38 concursos, dos quais 32 respeitantes a imóveis que correspondem, essencialmente, a antigos postos fiscais e casas de guardas-florestais, e seis relativos a estações de caminho de ferro.

No âmbito dos 31 concursos já encerrados, foram apresentadas e analisadas 378 candidaturas. Destes concursos, encontram-se adjudicados, até ao momento, 27 imóveis.

Atualmente estão a decorrer duas fases de concurso, uma com sete imóveis (cujo prazo para apresentação de candidaturas terminou no dia 14 de março, tendo sido rececionadas propostas para todos os concursos) e outra, com três imóveis, lançada já em 2022, cujo prazo para apresentação de candidaturas termina a 28 de abril de 2022.

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