Saiba quais os aspetos que marcaram a evolução do teletrabalho

Ferramentas adequadas, adaptabilidade, mudanças nos espaços de trabalho e analítica de dados são algumas das condições que têm evoluído graças ao teletrabalho.
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Apesar de ser uma prática pouco estabelecida em Portugal até então, o teletrabalho enraizou-se na cultura das empresas e dos trabalhadores após o início da pandemia de covid-19. Dados relativos ao segundo semestre de 2020, avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), davam conta de que 23,1% da população empregada - mais de um milhão de pessoas - trabalhavam remotamente.

Esta nova forma de trabalhar, que se tornou uma obrigação para todos os que a conseguissem desempenhar, levou ao "estabelecimento de uma lei para a sua regulamentação, incluindo direitos como a igualdade de tratamento e oportunidades, o direito ao pagamento e compensação de despesas e o direito a horários de trabalho definidos com respeito pela privacidade a abstenção de contactos fora deste horário de trabalho, entre outros", observa a Keepler Data Tech, empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de software.

Atualmente, 455 mil trabalhadores (9,3% da população empregada) estão em regime de teletrabalho. "Dentro de muitas empresas foram criados modelos que permitem, sobretudo, a flexibilidade e a possibilidade de teletrabalho, conhecidos como o modelos híbridos", refere a tecnológica espanhola, a operar na Península Ibérica.

Implementado em diversas empresas espalhadas por todo o país, o teletrabalho veio pôr ao descoberto novas ferramentas e métodos que permitiram às organizações tornarem-se mais eficientes na forma como executam determinados processos e como avaliam o seu desempenho.

Segundo a Keepler Data Tech, são quatro os principais fatores que marcaram a evolução do teletrabalho desde março de 2020.

Entre eles, dispor das ferramentas certas. "A adoção de ferramentas tecnológicas que permitem o trabalho síncrono e assíncrono tem sido fundamental para fazer uma transição bem-sucedida do trabalho que até antes da pandemia era essencialmente cara a cara na maioria das organizações", explica a empresa. Além de facilitar a comunicação e as tarefas (síncronas e assíncronas), estas ferramentas vieram substituir processos que anteriormente eram executados presencialmente.

Ainda neste sentido, também os workspaces, fornecidos pelos criadores de nuvens, "foram uma solução rápida adotada por um elevado número de empresas", impulsionando o volume de utilizadores. A Keepler Data Tech realça que, atualmente, "há tendência para levar isto ao extremo", estando a ser criados "mundos virtuais para simular reuniões e painéis de instrumentos".

Outro aspeto que marcou a evolução do teletrabalho foi o facto de as organizações terem de se tornar ágeis e adaptáveis face à mudança, nota a tecnológica espanhola. "A pandemia irrompeu dramaticamente em ambientes profissionais" levando muitas empresas a passarem "de zero para cem em termos de teletrabalho", explica.

Por último, o reconhecimento da importância da analítica de dados para avaliar o desempenho e a eficiência da organização. "Um dos ativos mais valiosos de uma empresa são os dados dos seus clientes, mas também os seus dados internos, os dados gerados pelas próprias operações e desempenho da organização." Começa por dizer a Keepler Data Tech, explicando que o período pandémico forçou a uma nova forma de gerir equipas, "mais centrada nos resultados, estabelecendo índices que permitam medir o desempenho e os resultados".

Ainda que se registe uma tendência para regressar fisicamente ao trabalho, "esta informação é um grande trunfo para as empresas que não deve ser perdido de vista", sublinha a empresa, salientando os benefícios desta prática: "o aumento da capacidade de análise de dados ajudará a melhorar os processos, facilitará ambientes de trabalho flexíveis e permitirá a uma organização operar em cenários de mudança com maiores garantias de eficiência e eficácia".

"O teletrabalho faz parte do ADN da Keepler", afirma Adelina Sarmiento, responsável de marketing da empresa, que diz conceder dois dias de teletrabalho por semana aos seus colaboradores, considerando-se "uma primeira companhia remota".

Embora mantenha um escritório físico em cada país onde opera, a Keepler Data Tech encontra-se "deslocalizada" e encara o escritório como "ponto de encontro ocasional para qualquer pessoa que o deseje ou necessite", nota Adelina Sarmiento.

Ao longo dos dois últimos anos, a tecnológica concentrou esforços para ajudar os clientes a "enfrentar os novos desafios exigidos por este novo contexto no mercado", apoiando a sua transformação digital, "em termos de infraestruturas tecnológicas e no desenvolvimento de produtos baseados nos seus dados", e a transformação cultural, "tanto para se tornarem empresas orientadas para os dados como para se tornarem empresas mais adaptáveis à mudança, graças ao desenvolvimento de projetos no âmbito de metodologias ágeis", clarifica a responsável de marketing.

"As empresas que tomaram decisões com base em dados são mais ágeis e cometem menos erros", afirma Adelina Sarmiento, acrescentando que "as organizações que tinham iniciado estes processos de digitalização e que já estavam a tomar decisões orientadas para os dados foram capazes de lidar melhor com as mudanças no comportamento dos utilizadores" - salientando, mais uma vez, a importância da analítica de dados para a eficiência das organizações.

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