A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) deve 200 mil reais (cerca de 40 mil euros) ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil, noticia o Expresso esta sexta-feira..A informação foi revelada por um gestor da MCE, empresa de jogo adquirida pela SCML no Brasil, numa reunião de novembro de 2023 e consta num documento entregue à Santa Casa..A dívida está relacionada com atividades da MCE em São Paulo, cidade brasileira onde o PCC está mais presente. A SCML foi questionada sobre o assunto, mas não quis dar explicações..Segundo o Expresso, na reunião referida nesse documento, um novo representante no Rio de Janeiro da administração da Santa Casa foi confrontado com a necessidade de se resolver a dívida ao PCC e com o facto de o crédito estar relacionado com uma operação da MCE em São Paulo.Nessa data, a SCML era já presidida por Ana Jorge, que tinha substituído, em maio de 2023, Edmundo Martinho, o provedor que decidiu levar a Santa Casa a investir no negócio do jogo no Brasil..Três meses antes, Ana Jorge tinha denunciado ao Ministério Público português um conjunto de irregularidades relacionadas com os investimentos no Brasil..O jornal Público revelou na altura que a provedora encomendara à consultora BDO uma auditoria forense e financeira sobre as atividades da Santa Casa Global, a subsidiária criada para concentrar todos os investimentos internacionais da SCML..Já o Expresso descreve que a versão final da auditoria forense encomendada por Ana Jorge foi entregue à Santa Casa no início do mês passado, mas nada consta no relatório sobre o PCC..A informação sobre esta organização criminosa terá sido passada por uma via paralela..Em fevereiro de 2021 foi criada uma holding para todos os negócios relacionados com o Brasil, a Santa Casa Global Brasil Participações, ou simplesmente SCG Brasil decidida um mês antes pela SCG Portugal, numa ata com as assinaturas dos seus três administradores: o então provedor Edmundo Martinho, Francisco Pessoa e Costa e Ricardo Gonçalves..Com Lusa