A Beta-i tem impulsionado inovações no setor da energia e, para o CEO Diogo Teixeira, a necessidade de inovação nas empresas energéticas é tão grande que só poderá ser respondida com o contributo do universo do empreendedorismo. "Sem startups não vai haver a transição energética que o planeta precisa e com a qual, na nossa visão, felizmente, a União Europeia se comprometeu", explica o gestor ao Dinheiro Vivo, em entrevista na Web Summit..Diogo Teixeira identifica uma grande oportunidade para desenvolver novos produtos, serviços e modelos de negócio. São desafios que, segundo o CEO da Beta-i, incluem a ideação — para problemas ainda sem soluções —, a deep tech, que poderá oferecer respostas numa década, e áreas como armazenamento de energia, gestão de parques eólicos, solares e offshore. “Temos no mercado empresas incumbentes, grandes operadores de oil and gas e energia, com estruturas pesadas e uma necessidade urgente de inovação.” E essa inovação, acrescenta, deve ocorrer paralelamente em várias áreas da cadeia produtiva e de valor..Enquanto consultora colaborativa de inovação, a Beta-i, liderada por Diogo Teixeira, vê o conceito de inovação aberta — em que empresas colaboram tanto entre si quanto com startups — como consolidado no mercado nacional. “O que as empresas procuram, cada vez mais, são soluções que já estejam num estágio de maturidade avançado, capazes de, com alguns testes e ajustes, gerar valor rapidamente naquilo que a empresa mais precisa,” explica o CEO..A inteligência artificial tem impulsionado novas soluções em todos os setores, e o setor energético não é exceção. Diogo Teixeira destaca duas tendências importantes para o próximo ano. A primeira é a adaptação dos modelos de liguagem (Large Language Models ou LLM) na aquisição de "conhecimento mais profundo e técnico em áreas específicas, permitindo às empresas utilizá-los para gerar valor, enquanto os seus recursos humanos se focam em outras dimensões estratégicas." A segunda tendência é a robótica: "Tudo o que envolve movimento, logística e identificação de padrões é uma área onde, a curto prazo, veremos resultados muito concretos," conclui o CEO da Beta-i..Com escritórios também no Brasil, a Beta-i olha para setores como o da energia, da Blue Economy, onde os dois países já estão a trabalhar juntos, "mas podem trabalhar ainda muito mais", afirma Diogo Teixeira. O setor agroalimentar é outro dos que, dado o papel do Brasil como potência mundial, cria oportunidades para uma parceria com Portugal..A Beta-i já está a planear expandir-se para outro país europeu, uma etapa que poderá concretizar-se já no próximo ano, com foco na sustentabilidade e na transição energética. "São áreas nas quais a Beta-i tem acumulado experiência e casos de sucesso, e por isso vemo-las como uma forte alavanca para o nosso crescimento. Estão alinhadas com os desígnios da União Europeia, que visam tornar a economia mais robusta e resiliente", afirma Diogo Teixeira.