“Setor privado pode e deve ter um papel central na cultura”

Para a Sonae Sierra, a cultura está presente desde o arranque dos projetos e esta área absorve 30% dos fundos para promoção dos centros comerciais, diz Joana Moura e Castro, diretora de Marketing Iberia da empresa.
Em 2023, na  “A Arte Chegou ao Colombo”, esteve patente a exposição “Regener’art”. Foto: D.R.
Em 2023, na “A Arte Chegou ao Colombo”, esteve patente a exposição “Regener’art”. Foto: D.R.
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A Sonae Sierra, empresa que gere vários centros comerciais em Portugal, como o Colombo, o NorteShopping ou o Vasco da Gama, prepara-se para lançar mais uma edição da “A Arte chegou ao Colombo”, mas ainda não revela qual é a exposição que estará patente no shopping da capital: “A edição deste ano acontecerá em setembro. Estamos muito expectantes para ver a reação dos nossos visitantes. Em todas as edições procuramos trazer propostas de elevada qualidade, inéditas em Portugal. Este ano, não será exceção. Vamos dar a oportunidade aos nossos clientes de contactarem com uma exposição que tem estado presente em espaços de renome mundial. O Centro Colombo vai oferecer o acesso gratuito a esta exposição”, diz ao Dinheiro Vivo Joana Moura e Castro, diretora de Marketing Iberia da Sonae Sierra. Em edições anteriores, esta iniciativa já levou ao grande público obras de artistas como Paula Rego, Helena Vieira da Silva, Joana Vasconcelos ou Andy Warhol. Por estas exposições já passaram um milhão de visitantes em dez anos, diz a responsável. 

Esta é apenas uma das iniciativas culturais da Sonae Sierra, que elegeu a democratização da cultura como uma das suas bandeiras, sendo que esta área absorve um terço dos fundos para promoção dos centros comerciais do grupo em Portugal. “Investimos cerca de 30% do orçamento total nesta área. A aposta na cultura permite-nos reforçar a relação com o universo de stakeholders culturais. Para além deste facto, reforça a proposta de valor dos nossos espaços, permitindo ter uma relação mais forte e duradoura com as nossas comunidades”, adianta Joana Moura e Castro, sem adiantar o valor investido anualmente.

Pelos espaços da empresa em Portugal passaram, em 2023, “163 milhões de visitantes”, revela. “Sabemos que a cultura é tipicamente consumida por pessoas com elevado poder económico e, nesse sentido, oferecer acesso gratuito à cultura é algo fundamental, onde o setor privado pode e deve ter um papel central, fazendo jus à Declaração sobre os Direitos da Humanidade de que ‘todas as pessoas têm o direito de participar na vida cultural da sua comunidade’, sublinha. 

A empresa diz que a cultura está presente desde o arranque dos projetos. “A cultura surge quando iniciamos o processo de desenvolvimento de um centro comercial. Devemos garantir que desenvolvemos espaços que correspondem às melhores práticas de real estate e retalho, mas também que enaltecem a cultura local, e temos exemplos como o Centro Colombo, o Vasco da Gama, o NorteShopping ou o ViaCatarina, todos têm histórias que destacam aspetos culturais: o Cristóvão Colombo, o Vasco da Gama, a indústria fabril do Norte, a arquitetura do Porto.” “A promoção da cultura não é uma missão isolada do marketing. Na Sonae Sierra, é responsabilidade de todos trazer para as comunidades uma componente de cultura com forte impacto”, acrescenta. 

No campo das iniciativas, a empresa tem várias a acontecer nesta altura de norte a sul do país. Por exemplo, no Arrábida Shopping, em Vila Nova de Gaia, está a decorrer a primeira edição do concurso ArrábidaMusic, que resultou de uma “open call” a bandas emergentes para abrirem um concerto especial dos GNR, que irá decorrer em setembro. O Openstage, por outro lado, tem estado em roadshow e encontra-se agora no centro Vasco da Gama. “O Openstage é uma startup italiana, concebida para smart cities e tem revolucionado o entretenimento urbano e a cultura.

Orgulhamo-nos que tenha chegado a Portugal pela mão da Sierra. Tem sido um veículo de democratização do mundo da música, ainda para mais, promovendo a inovação, com recurso a uma app e colocando à disposição dos artistas um palco público autónomo e dando-lhes visibilidade através dos nossos canais de comunicação”, explica. “Ao longo das últimas 19 semanas já tivemos 180 atuações de diferentes artistas o que torna esta iniciativa um verdadeiro sucesso.”

Outra vertente da atividade da empresa na área da cultura é o investimento em obras. “Nos últimos anos, a Sonae Sierra tem vindo a constituir o seu acervo de cultura que expõe publicamente nos seus espaços ou nas comunidades onde estão inseridos, como é o exemplo da obra de João Noutel - Eva Break, que está no NHS, ou I´ll Be Your Mirror, de Joana Vasconcelos, que está atualmente em Braga”. 

A Sonae Sierra é também promotora de um prémio anual para artistas emergentes, o Prémio “A Arte Chegou ao Colombo”, cuja nova edição terá lugar no segundo semestre deste ano, com o apoio da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais. “O talento artístico em Portugal é muito elevado, estes projetos são uma evidencia inquestionável disso mesmo”, diz a responsável da Sonae Sierra.

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