Só um em cada seis profissionais se sente emocionalmente ligado à empresa, diz estudo

Consultora Accenture revela que 42% dos trabalhadores em regime presencial não se sentem envolvidos, sendo este um sentimento partilhado por 36% em regime híbrido e 22% em trabalho remoto.
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Apenas uma em cada seis pessoas sente uma ligação efetiva e humana no local de trabalho, sendo que os profissionais que trabalham presencialmente são os que se sentem menos envolvidos. Estas são conclusões do estudo "Organizational culture: From always connected to omni-connected", da Accenture, que contrariam em parte a ideia de que o trabalho on-site (no local) permite criar relações interpessoais mais fortes do que em regime de teletrabalho.

O estudo, que descreve também a forma como as empresas podem fortalecer a cultura corporativa e as relações entre funcionários, revela que 42% dos colaboradores on-site dizem sentir-se "não envolvidos", um sentimento que só é partilhado por 36% dos trabalhadores em regime híbrido e 22% dos que estão 100% em teletrabalho.

Mas esta é uma realidade que pode mudar. Como? Oferecendo "experiências omniconectadas", segundo a Accenture. "[O estudo] mostra que as organizações cujos colaboradores beneficiam de experiências omniconectadas podem atingir um crescimento anual de receitas de 7,4%. A omniconexão também cria confiança, com 29% dos colaboradores omniconectados a afirmar que sentem mais probabilidade de sentir um nível mais profundo de confiança na sua organização. Além disso, estar omniconectado é responsável por 59% da intenção de um profissional de permanecer na empresa, e mais de 90% das pessoas omniconectadas dizem que podem ser produtivas em qualquer lugar", explica a empresa em comunicado.

Assim, a estrutura corporativa e as relações interpessoais podem ser fortalecidas com estas experiências que ajudam a responder tanto às necessidades do negócio como às dos colaboradores, independentemente do regime de trabalho (presencial ou virtual).

A chief leadership and human resources officer da Accenture, Ellyn Shook, revela que "ao criar experiências omniconectadas, os líderes colocam os relacionamentos em primeiro lugar e correspondem às diferentes prioridades para que cada pessoa possa trabalhar para atingir todo o seu potencial da forma que funciona para si - o que reforça a confiança e impulsiona os resultados de negócio".

Contudo, apenas 17% dos entrevistados sentiram que estavam a beneficiar de uma experiência omniconectada no trabalho.

Um estudo anterior, o "Net Better Off", também da consultora, refere que as organizações devem ter em atenção as necessidades humanas fundamentais. E avançam quatro formas que podem ajudar a desbloquear valor, para ambos, colaboradores e empresa, através de experiências omniconectadas:

Liderar de forma empática

Liderar de forma empática e comunicar com regularidade com os trabalhadores pode ajudar a reforçar a confiança da equipa.

Cultivo da cultura empresarial

As pessoas que veem uma ligação entre o trabalho e a empresa estão mais envolvidas e realizadas. Os líderes podem reforçar essa ligação mostrando como as diferentes ideias e experiências são importantes para o sucesso da organização a longo prazo e criando um ambiente onde o bem-estar geral das pessoas é tido em conta.

Promover uma organização ágil

As experiências omniconectadas ajudam as pessoas a serem produtivas a partir de qualquer lugar. Os líderes devem redefinir a noção de flexibilidade, criando estruturas ágeis e adaptáveis às necessidades

Pessoas e tecnologia

Capacitar as pessoas para que experimentem e explorem tecnologias como, por exemplo, o metaverso, é importante nesta era digital. E dar-lhes autonomia.

"Os líderes estão focados em aceder, criar e desbloquear todo o potencial dos seus colaboradores e estão a perceber que esta é uma oportunidade para reavaliar as suas culturas e formas de trabalho", afirma a global lead for Talent & Organization da Accenture, Christie Smith.

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