Subida de taxa em 75 pontos em setembro deve ser discutida, defende membro do BCE

Governador do banco central da Letónia falou em Jackson Hole, no encontro de banqueiros centrais que está a decorrer nos Estados Unidos.
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O Banco Central Europeu (BCE) deve aumentar as taxas de juro já em setembro no mínimo em 50 pontos base, mas deve discutir uma subida maior, de 75 pontos, defendeu hoje Martins Kazaks, o governador do banco central da Letónia e membro do Conselho do BCE. À margem do encontro de bancos centrais da Reserva Federal norte-americana, que está a decorrer em Jackson Hole, nos Estados Unidos, Martins Kazaks disse à agência Reuters que "antecipar subidas de taxas é uma opção política razoável. Devemos estar abertos para discutir tanto 50 como 75 pontos base como possíveis passos".

O BCE subiu em julho, pela primeira vez desde 2011, a taxa diretora de 0% para 0,5%, acima dos 0,25% esperados pelos analistas. O mercado já está a descontar uma nova subida da taxa em 50 pontos base na reunião marcada para dia 8 de setembro, mas há vozes na zona euro a defender uma aumento maior, de 75 pontos base, por causa da inflação que não para de subir. Em julho o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) subiu para 8,9% na zona euro e para 9,6% na União Europeia, segundo o Eurostat. A meta do BCE é uma taxa de inflação de 2%.

O governador do banco central da Letónia considera que uma recessão na zona euro é provável, mas que por si só na resolverá o problema da escalada dos preços.

"Com esta inflação elevada, evitar uma recessão será difícil, o risco é substancial e uma recessão técnica é muito provável. Na Letónia, uma recessão está no cenário base", disse Martins Kazaks.

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