O Estado nunca processou um número tão reduzido de prestações de desemprego, pelo menos desde 2006, quando começou a série estatística da Segurança Social. Em julho, foram pagos 159 768 subsídios por desemprego, uma queda de 2,4% face ao mês anterior, que registou 163 772 apoios pagos, e de 33,7%, em termos homólogos, altura em que foram atribuídos subsídios a 240 988 beneficiários, segundo os dados mensais da Segurança Social.
Esta diminuição é em boa medida explicada pela redução acentuada do desemprego no nosso país. Segundo as últimas estatísticas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), referentes a junho, Portugal tinha 282 453 pessoas inscritas nos centros de emprego, o número "mais baixo de sempre", afirmou, na altura o Ministério do Trabalho.
A maioria dos beneficiários (58,4%) são mulheres. Os homens representam 41,6% do total de desempregados que recebem algum tipo de apoio neste âmbito.
Analisando por tipo de apoio concedido, o número de beneficiários do subsídio de desemprego subiu 0,2% face a junho e 27,8% em termos homólogos para 121 623. Já o subsídio social de desemprego inicial foi processado a 4939 beneficiários em julho, uma queda mensal de 1,4% e uma redução de 30,8% comparando com o mesmo mês de 2021.
"No caso do subsídio social de desemprego subsequente registou-se um aumento de beneficiários, situando-se em 27 142", revela o relatório do gabinete de estratégia e planeamento do Ministério do Trabalho. Face ao mês anterior, o número de processamentos aumentou 2,1% (mais 557) e, na variação homóloga, houve um acréscimo de 109,7% (mais 14 199). A prorrogação da concessão do subsídio de desemprego foi processada a 164 pessoas, "esta medida extraordinária de apoio manteve, no mês em análise, a tendência de redução que apresenta nos últimos meses", conclui o documento.
Em julho, o valor médio mensal das prestações de desemprego situou-se nos 550,19 euros, um ligeiro decréscimo comparativamente com o montante médio concedido no mês anterior (550,26 euros). Em relação a julho do ano passado, cuja média era de 534,61% a prestação subiu 2,9%.
Em relação aos valores por tipo de apoio, o subsídio de desemprego fixou-se, em termos médios, em 592 euros, o subsídio social de desemprego em 377 euros e o subsídio social de desemprego subsequente em 401 euros.
O número de trabalhadores em lay-off totalizou 7145 em julho, um aumento de 13% face ao período homólogo e de 5,7% em relação ao mês anterior, segundo as estatísticas mensais divulgadas pela Segurança Social.
A maioria dos trabalhadores abrangidos (6623) estava no regime de redução de horário de trabalho, que registou um acréscimo mensal de 3,7% (mais 237 pessoas). Já o regime de suspensão temporária do contrato de trabalho abrangeu 522 pessoas, tendo aumentado 40,7% face ao mês anterior (mais 151).
Estas prestações foram processadas para 109 entidades empregadoras, ou seja, mais sete que no mês anterior.
Os trabalhadores em lay-off têm direito a receber, pelo menos, o salário mínimo (705 euros) ou dois terços do salário bruto, caso este valor supere a remuneração mínima garantida. A Segurança Social comparticipa estas remunerações em 70%.