TAP. Neeleman nega ação contra o Estado: "Não vai acontecer"

O ex-acionista da TAP garante que não pôs em marcha nem porá em marcha nenhuma ação contra o Estado português pelos termos da saída da sua companhia portuguesa.
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"Não deu nem vai dar entrada qualquer ação judicial ou outra contra o Estado português, não está em curso a preparação de tal ação e não dei instruções aos meus advogados para estudarem tal possibilidade." A declaração de David Neeleman, enviada ao Dinheiro Vivo nesta tarde, deixa pouca margem para questões, negando totalmente as notícias de que estaria a preparar-se para pedir uma indemnização milionária pela forma como saiu da TAP.

O governo enviou nesta quinta-feira a Bruxelas o plano de recuperação da transportadora, que inclui venda de aviões, fecho de rotas e frequências, milhares de despedimentos e cortes salariais de 25% para quem fica, entre outras medidas.

Na sua edição de hoje, o Sol avançava que o ex-acionista brasilo-americano da companhia aérea portuguesa se preparava para dar entrada a um processo em que pediria "uma indemnização multimilionária, muio acima dos mil milhões de euros, com base nos alegados danos causados na sequência dos processos de renacionalização que ocorreram em 2015 e 2020". Intenções que David Neeleman nega em absoluto.

"Tomei hoje conhecimento de um artigo com o título 'Neeleman exige biliões ao Estado' (...) e venho esclarecer que tal artigo não tem o mínimo de aderência à realidade", sublinha o empresário em declarções ao Dinheiro Vivo. "Declaro expressamente que não fui contactado por parte do jornalista que assina o artigo com vista a confirmar a veracidade", acrescenta, lamentando um tipo de notícia que "afeta a minha reputação e bom nome, causando-me danos de diversa natureza e de elevada gravidade".

Recorde-se que, depois de recuperar a maioria do capital da transportadora mas nunca os correspondentes direitos de gestão na TAP, o governo de António Costa acabou por conseguir mesmo a saída do acionista privado - que estava a liderar a transformação da companhia, tendo aberto dezenas de novas rotas, renovado totalmente a frota e aumentado o número de trabalhadores da TAP para 10 mil. O acordo assinado em outubro, e que devolveu a companhia ao Estado (72,5%, restando privadas as fatias de Humberto Pedrosa e dos trabalhadores, que no total somam cerca de um quarto da empresa) previu o pagamento de 55 milhões a David Neeleman sendo uma das condições que este não entrasse em futuras litigâncias.

O empresário, que detém várias companhias aéreas na América do Norte e do Sul, nega qualquer intenção de quebrar o acordo.

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