
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares fixou-se nos 3,08% em dezembro do ano passado, refletindo avanços de 0,1 pontos percentuais (p.p.) face a novembro e de 2,73 p.p. em relação ao período homólogo, divulgou esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP). Em causa está o maior aumento anual observado desde o início da série, em janeiro de 2003, e também a taxa de juro média mais alta desde julho de 2012 (3,16%).
Este desempenho valeu a Portugal o segundo maior aumento das taxas de juro médias dos novos depósitos a prazo de particulares do conjunto dos países da área do euro, atrás da Letónia, o que fez com que passasse da segunda posição mais baixa em dezembro de 2022, para a 13.ª posição no final do ano passado. Ainda assim, revela o supervisor bancário, o país permanece 0,21 p.p. abaixo da taxa média observada para este conjunto de países (3,29%).
Desagregando por prazo, os dados do BdP mostram que o maior aumento da remuneração média se observou para os novos depósitos com prazo até 1 ano: de 0,30% em dezembro de 2022 para 3,10% em dezembro de 2023. “Estes depósitos, que representavam 89% dos novos depósitos em dezembro de 2022, ganharam relevância ao longo do segundo semestre de 2023, até atingirem 97% dos novos depósitos em dezembro desse ano”, refere a nota estatística.
Os novos depósitos com prazo acordado superior a um ano, por seu turno, cresceram na primeira metade do ano, somando o máximo de 27% do total de novos depósitos em abril de 2023, contudo, desde essa altura que o seu peso tem vindo a reduzir-se.
Em concreto, a relevância dos novos depósitos com prazo de um a dois anos caiu de 8% para 2% no espaço de um ano, tendo apresentado o menor aumento da remuneração média: de 1% em dezembro de 2022 para 2,64% em dezembro de 2023. Já os novos depósitos com prazo superior a dois anos, que representavam 3% dos novos depósitos em dezembro de 2022, passaram a ter um peso residual no total de novos depósitos: 0,6%.
De notar que, em 2023, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 94 mil milhões de euros, quase o dobro do registado no ano anterior (49,4 mil milhões de euros).