Trabalhadores da TAP protestam contra venda da sede

A companhia aérea estranha as acusações e garante que o processo de mudança ainda está a ser avaliado. Já foram gastos 922 mil euros em obras de remodelação dos edifícios.
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A comissão de trabalhadores (CT) da TAP voltou a contestar a venda dos terrenos onde se contra a sede da companhia aérea. A transportadora já gastou 922 mil euros em obras de remodelação, segundo o relatório e contas de 2020. Este é um dos principais motivos invocados pelos trabalhadores para manifestarem reservas quanto ao anúncio da mudança de instalações. Num comunicado, que data de 18 de julho, e a que o Dinheiro Vivo teve acesso, a CT revela que a administração, liderada pela gestora francesa Christine Ourmières-Widener, voltou a informar os funcionários de que "as instalações correspondentes aos serviços que funcionam nos edifícios do atual campus TAP, que é considerado a sede da companhia, vão mudar de sítio, num raio de 5 a 6 quilómetros do Aeroporto de Lisboa, implicando a deslocação dos trabalhadores e a separação social entre os que saem e os que ficam".

Na mesma nota, a CT pergunta "o que vai acontecer ao refeitório, ao infantário, e estacionamento", temendo que os trabalhadores percam essas mais-valias. "Vão retirar ainda mais direitos aos trabalhadores? Para já não falar do acesso à Unidade de Serviços Médicos (UCS)", cujo "acesso será mais difícil", acrescenta a comissão de trabalhadores. Para a CT, "tudo foi engendrado com a finalidade de tornar a empresa apetecível aos privados, cujo objetivo é o lucro". Apesar destas preocupações, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, já garantiu, no Parlamento, que estava a ser estudada uma solução para que os trabalhadores não perdessem a cantina ou o infantário.

Ao Dinheiro Vivo, a companhia aérea afirma que "estranha as acusações da comissão de trabalhadores", sublinhando que "não fazem qualquer sentido", e "reitera que o processo de mudança está ainda a ser avaliado". "É compreensível que este projeto suscite dúvidas e levante questões de índole vária, mas nada justifica fazer cenários que não tenham por base factos concretos. O projeto será detalhadamente comunicado aos trabalhadores, sindicatos, clientes e parceiros, em breve, e em primeira mão", acrescentou a TAP.

(notícia atualizada às 19h22)

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