Tribunal de Castelo Branco manda vender massa insolvente da Dielmar

Há ainda vários interessados na compra dos bens da empresa falida. Depois da rescisão de contratos para os trabalhadores das lojas e da ​​​​​​​não renovação dos contratos a termo, a Dielmar tem ainda cerca de 245 trabalhadores.
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O Juízo de Comércio do Fundão, do Tribunal Judicial da Comarca de Castelo Branco, notificou o administrador da insolvência da empresa de confeções Dielmar para que proceda à liquidação da massa insolvente "com a maior brevidade possível".

O documento, a que a agência Lusa teve hoje acesso, tem data de segunda-feira e está assinado pelo juiz Filipe Guerra, que determina que se proceda à notificação do administrador da insolvência, João Gonçalves, para este "promover a liquidação do ativo da massa insolvente, com a maior brevidade possível, conferindo aos interessados a possibilidade de apresentarem, em tempo e local a definir, as respetivas propostas".

A assembleia de credores da empresa de confeções Dielmar decidiu, a 10 de novembro, o encerramento definitivo do estabelecimento e deu cinco dias aos credores para se pronunciarem sobre uma proposta de compra da sociedade Valérius, no valor de 250 mil euros.

O juiz decidiu ainda que o administrador da insolvência, "no prazo máximo de 90 dias deverá apresentar relatório atualizado acerca das diligências levadas a cabo".

Na base desta decisão do Tribunal está o ressurgimento de duas novas propostas, comunicadas aos autos pelo gestor judicial, da autoria da sociedade Outfit 21 e do proponente Cláudio Nunes, que a 26 de outubro tinha apresentado à assembleia de credores, uma proposta de 10 milhões de euros.

À Lusa, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa (STBB), Marisa Tavares, voltou a responsabilizar o Governo pela situação que se criou em torno deste processo: "Efetivamente não foram tomadas as medidas que deviam ter sido tomadas atempadamente".

Defende ainda que a situação se deve resolver "o mais rapidamente possível e não esperar pelos 90 dias" dados agora pelo tribunal.

"Tudo o que for feito deve ser feito para que se criem condições de modo a que a proposta que vier a ser aprovada, inclua as instalações da Dielmar, em Alcains. Isso é importante referir para não se abrir aqui um precedente de que se vão vender os equipamentos e depois que façam deles o que quiserem, apesar de colocarem na proposta que vão admitir, preferencialmente, os trabalhadores da Dielmar. Isto é uma questão social de Alcains e deve ser trabalhada nesse sentido", conclui.

Fundada em 1965, em Alcains, no concelho de Castelo Branco, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar, que empregava atualmente mais de 300 trabalhadores, pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia de covid-19.

A Dielmar pediu a insolvência no passado dia 02 de agosto, tendo o Juízo de Comércio do Fundão da Comarca de Castelo Branco declarado a insolvência da empresa no dia seguinte.

Depois da rescisão de contratos para os trabalhadores das lojas e da ​​​​​​​não renovação dos contratos a termo, a empresa tem ainda cerca de 245 trabalhadores.

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