
A Trollbeads, marca de joalharia dinamarquesa pioneira em desenhar beads, ou contas, em português, nasceu em 1976, fruto de um negócio familiar. Em janeiro de 2024 chegou a Portugal e Espanha, onde já tem um e-commerce a funcionar, pela mão de Mariana Presas e Pedro Carias, um casal de empreendedores que aceitou o desafio de a representar no mercado ibérico. Até ao final do ano, o objetivo é que as joias personalizáveis sejam vendidas em cinco lojas de norte a sul do país.
O primeiro contacto ocorreu no ano passado, com o objetivo inicial de os empreendedores ficarem responsáveis apenas pelo mercado nacional. Contudo, a experiência de trabalho de Mariana Presas em Espanha, durante sete anos, levou a marca a entregar toda a Ibéria aos empresários portugueses. “É uma marca internacional, mas familiar e privilegia as parcerias com pessoas do próprio país”, explicou a agora sócia e gestora de marketing na Trollbeads Ibéria. Apesar de representarem ambos os mercados, o nacional é “prioritário”, particularmente porque não tem bases lançadas, ao contrário do país vizinho, onde a marca já é conhecida do público.
“Estamos a fazer uma seleção de pontos de venda, mas queremos estar presentes em lojas de rua como joalharias ou concept stores”, esclareceu Pedro Carias. Para o também sócio da empresa, onde é responsável pelo desenvolvimento do negócio, são estes os pontos de venda que vão garantir a “proximidade com os clientes”, algo importante para a marca que pretende promover e celebrar a autoexpressão.
“Um dos principais conceitos é a criação de uma joia própria, através da compra de componentes individuais”, mas também é possível comprar peças prontas a usar. Os mais criativos podem escolher personalizar ao máximo, comprando beads, pulseiras, brincos e até fechos únicos, com valores de entrada que começam nos 45 euros e podem chegar aos 300 euros.
Estratégia e expansão
A casa-mãe confere liberdade aos representantes para trabalhar os novos mercados, tendo a convicção de que a marca deve “integrar-se” na cultura de cada país, o que abre “infinitas possibilidades” para coleções com cunho 100% português, apontou o casal. Um dos principais objetivos é desenvolver a comunidade Trollbeads em Portugal, mas também representar o país junto da marca, tornando-a mais portuguesa. “Queremos dar visibilidade à marca em Portugal, mas também queremos dar visibilidade ao país. É uma simbiose.”
É neste sentido que os primeiros três anos de negócio se vão focar no desenvolvimento do mercado nacional, idealmente chegando ao final da janela temporal com “30 pontos de venda e mais duas ou três pessoas a ajudar na operação do dia-a-dia”. Só depois, explicam, passarão a desenvolver mais fortemente a marca em Espanha.
Ao nível financeiro, 2024 será para estabelecer bases e a meta principal é terminar o ano com “rentabilidade mensal suficiente para cobrir custos”, principalmente porque é tempo de investir em publicidade e comunicação.
Apesar da atividade ainda ser recente, já foi lançada a primeira coleção de ADN português, que conta com cinco pulseiras com inspirações no mar, no azeite, nos azulejos, no vinho e no fado, disponíveis a partir de 95 euros. O que é tipicamente nacional estará em destaque também em coleções futuras, disse Mariana Presas, que sublinhou o “lado profundo” da Trollbeads, que permite a expressão individual em “pequenos apontamentos rebeldes”.
Com mais de três mil referências, nas quais se inclui uma gama de 600 beads feitas de prata esterlina, ouro de 18 quilates, vidro artesanal, pedras de água doce e pedras preciosas, as joias já são vendidas em mais de 30 países.