Um Leão português: "O espírito de 'vamos lá!' é o melhor motivador numa agência"

Trabalho da Havas vence Prata em Cannes. Pedro Graça, CEO da Havas Lisboa, reconhece a "satisfação muito especial" em ajudar a conhecer a realidade de uma organização como a Associação Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL). A par do "orgulho" no que aqui se faz e da "motivação enorme" que um Leão representa para a criatividade portuguesa.
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A Havas Lisboa acaba de ganhar um Leão de Prata no Festival Internacional de Cannes, com o trabalho Filled by Palsy, para a APCL. A campanha para a consignação do IRS da associação, partiu da ideia de que os portugueses não fazem essa consignação por não o saberem ou esquecerem-se e de como essa simples mudança pode ter efeitos incríveis para quem vive com paralisia cerebral, sem qualquer custo para quem contribui. A campanha foi um enorme sucesso e a associação teve o maior retorno financeiro da sua história - agora coroado com um Leão de Prata em Cannes.

Antes de avançar, veja aqui a campanha vencedora:

Ao Dinheiro vivo, Pedro Graça, CEO da Havas Lisboa, explica o que significa esse reconhecimento e garante que o talento português não fica nada atrás do melhor que se faz no mundo nesta área.

O que significa para vocês este Leão de Prata?
Os prémios de criatividade são o reconhecimento dos nossos pares de indústria (que são sempre o público mais exigente) da qualidade do nosso trabalho. Quando se trata de um prémio no Festival de Cannes estamos a falar de um reconhecimento qualificado, porque o nosso trabalho estava em competição com o melhor que a indústria produz em todo o mundo. Entrar no grupo restrito de agências que conseguem estar no lote de premiados é motivo de grande orgulho e satisfação.

Tem mais significado por a campanha tratar um tema tão especial?
Nós temos muito orgulho no trabalho que desenvolvemos para todos os nossos clientes, mas é impossível não ter um carinho especial por um cliente como a APCL, uma ONG que luta contra as dificuldades habituais deste tipo de organizações e que se dedica a uma causa tão justa e meritória. Saber que o nosso trabalho ajudou a que tivessem mais visibilidade e angariassem mais fundos, foi já uma grande satisfação, saber que o prémio conquistado também servirá para que mais gente os conheça e, desejavelmente, os ajude dá-nos uma satisfação muito especial.

Como é que este prémio vos motiva a fazer mais?
Ganhar um prémio tão importante como este é um enorme fator de motivação, acima de tudo porque mostra que, apesar de sermos um país pequeno, com um mercado pequeno que fala uma língua que não é o inglês, é possível. A mensagem que todos na agência entendem quando ganhamos é a de que, se trabalharmos, se nos esforçarmos, se investirmos nas boas ideias, se criarmos o ambiente certo para que estas boas ideias possam surgir é possível obter este tipo de reconhecimento. O espírito de "vamos lá!" é o melhor motivador que pode haver numa agência, prémios como este mostram que é possível "chegar lá" e incutem este drive, esta vontade em todo o trabalho que se desenvolve.

A criatividade portuguesa está no top mundial?
Não sei se está no top mundial, mas tenho a certeza de que o melhor que se faz por cá está ao nível do melhor que se faz em qualquer outra geografia. Todos os anos vemos bom trabalho português a ser reconhecido internacionalmente e cada vez mais vemos jovens criativos portugueses a serem contratados por agências de outros países, acho que são dois bons indicadores da boa saúde da criatividade portuguesa.

O ouro é o próximo objetivo?
O ouro era já o objetivo deste ano. Ninguém inscreve um trabalho em Cannes sonhando em ganhar bronze ou prata... Ficamos muito contentes por ter ganho um Leão de Prata, mas teríamos ficado ainda mais se fosse de Ouro, ou se fosse um Grand Prix, é com isso que sonhamos e é para isso que trabalhamos nas peças que inscrevemos em Cannes e em tudo o que fazemos em resposta aos desafios que os nossos clientes diariamente nos colocam.

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