Nasceu como uma 'febre' no Brasil, em 2020, e, desde finais de 2024, está a contagiar Portugal de forma crescente. O PIX, método de pagamento que veio a revolucionar, pela sua agilidade e simplicidade, o dia a dia de empresas e cidadãos brasileiros, continua a ganhar adesão no retalho nacional, com promessas de expansão.O PIX conta com mais de 176 milhões de utilizadores, que movimentaram mais de 3,035 milhões de reais (quase 482 mil euros ao câmbio atual) só no último mês de agosto, segundo as estatísticas do Banco Central (o equivalente ao Banco de Portugal, no Brasil).Por cá, a Unicre, primeira instituição financeira de crédito a disponibilizar o serviço brasileiro, em dezembro passado, e que opera a maior rede de aceitação de pagamentos do país, recusa fornecer um balanço até agora, mas garante que existe "uma grande adesão em espaços físicos, devido, sobretudo, ao Grupo Sonae, El Corte Inglés, Aldo e Abreu".Ainda que os pagamentos em loja sejam o principal, a empresa também nota que as compras online pagas com o PIX estão a crescer. "O opção pela solução de Link to Pay da UNICRE, onde o cliente opta por pagar com PIX, tem tido muito destaque nas opções de pagamento", afirma..Depois de Braga, rede Continente expande PIX para mais 18 lojas em Lisboa e arredores.Da parte dos lojistas, parece não haver dúvidas quanto à necessidade desta oferta, que visa os clientes brasileiros sejam residentes em Portugal ou turistas. "Desde a implementação do PIX , o balanço que fazemos é muito positivo. Estamos numa fase inicial de divulgação junto dos parceiros com quem trabalhamos e a utilização do PIX nas nossas lojas está numa fase crescente", responde ao DN/Dinheiro Vivo fonte oficial do El Corte Inglés.O método de pagamento está disponível tanto na unidade de Lisboa da cadeia de lojas espanhola quanto na de Vila Nova de Gaia, no Porto, desde o começo deste ano. "É uma aposta vencedora, que se irá consolidar", destaca a rede, que investiu em ações de promoção no Brasil para fortalecer a marca entre os futuros viajantes. "Está a ter uma adesão muito positiva junto dos turistas brasileiros e o feedback que nos passam é que sentem que mais uma vez o El Corte Inglés é inovador e procura, de forma constante, melhorar a experiência de compra dos seus clientes".Outro grande grupo a apostar no PIX, o Sonae levou a novidade, inicialmente, a seis lojas do Continente em Braga, e anunciou, há pouco mais de um mês, a expansão para Lisboa, Oeiras e Cascais, perfazendo um total de 24 lojas que disponibilizam este sistema atualmente. "O sistema PIX foi bem recebido na cidade de Braga pelo que o Continente decidiu alargá-lo a outras lojas da rede, proporcionando maior conveniência aos clientes que valorizam os pagamentos instantâneos através do telemóvel. Trata-se de um sistema muito prático. Para efetuar o pagamento, basta confirmar o valor apresentado em euros e reais, abrir a aplicação do banco, ler o código QR PIX e aprovar a transação", diz fonte oficial do Continente ao DN/Dinheiro Vivo.Críticas de nacionalistas, que chegaram até a chamar de "preocupante" o que consideram ser uma "brasileirização de Portugal", não ressoam nas empresas, que identificam o potencial lucrativo e de estratégia de marca nesta oferta. "A implementação deste sistema de pagamento visa, essencialmente, facilitar as compras da crescente comunidade brasileira em Portugal que utiliza o PIX, proporcionando uma solução prática e com a qual já estão familiarizados", acrescenta a fonte oficial Continente.A empresa admite nova expansão "com base nos resultados e no feedback dos clientes", ainda sem prazos. "Iremos avaliar a expansão do sistema para outras localizações, reforçando o compromisso com a inovação e a melhoria da experiência de compra. A expectativa é de que o Pix fique disponível noutras lojas Continente".caroline.ribeiro@dn.pt.Portugal vive a “democratização” do PIX para pagamentos.Startups tecnológicas portuguesas ganham novo apoio para expansão no Brasil