Urgem medidas para combater a falta de habitação nas gamas mais baixas

A próxima DV Talk, que será emitida no dia 9 de junho, às 16.00, vai debruçar-se sobre questões relacionadas com os principais desafios que a habitação enfrenta em Portugal. O evento contará com a participação dos especialistas em construção e imobiliário José Almeida Guerra, Fernando Santo e João Freitas Fernandes.
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É já na próxima semana que vai ser emitido online o debate subordinado ao tema "Desafios da Habitação em Portugal", mais uma DV Talk moderada pela diretora do Dinheiro Vivo, Joana Petiz, e que contará com a intervenção de José Almeida Guerra, presidente da Rockbuilding, Fernando Santo, presidente do Conselho Português da Construção e do Imobiliário da CIP e João Freitas Fernandes, sócio-gerente da FCC - Gestão de Projetos Imobiliários.

Todos os oradores têm vasta experiência no setor do imobiliário e da construção e vão contribuir para um debate essencial numa altura em que o setor enfrenta numerosas adversidades. José Almeida Guerra, licenciado em Organização e Gestão de Empresas, pelo ISCTE, conta já com 45 anos de experiência no ramo da Construção e Imobiliário, nomeadamente através da Rockbuilding, que centra a sua atividade sobretudo na gestão integrada de projetos. Fernando Santo, engenheiro civil de formação, foi Bastonário da Ordem dos Engenheiros entre 2004 e 2010, Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos, do Ministério da Justiça, administrador da EPUL e do Banco Montepio, entre outros cargos. João Freitas Fernandes, também engenheiro civil, além de fundador da FCC, passou pelo Grupo SIL e é docente convidado do ISEG. Em mesa redonda, os três especialistas discutirão a problemática que se vive neste setor, nomeadamente a falta de habitação de gamas mais baixas e as medidas urgentes para fazer face a esse enorme desafio que, segundo José Almeida Guerra, ninguém parece estar a dar a devida atenção.

"Temos a visão que temos um problema complicado de habitação em Portugal, que extravasa o setor privado e o setor publico, é um problema de todos que não pode ser resolvido apenas pelo setor privado nem só pelo público. E tem de ser resolvido já, porque é urgente", refere José Almeida Guerra. Afirma ainda que "as soluções de habitação que até se desenvolveram bem após o 25 de Abril, pararam a partir de 2010". Ou seja, para este responsável há uma degradação a partir de 2010 porque tem havido menos construção, seja para arrendamento seja para venda, dirigida às classes média e média baixa. Este tipo de oferta não está a ser desenvolvido porque, além do elevado preço dos terrenos, o Estado e as autarquias se demitiram da sua função urbanizadora e isso acabou por limitar a oferta.

"Não entendemos como é que os governos, que têm consciência deste problema, não agarram nos grandes financiadores internacionais, que estão disponíveis para financiar estes projetos", desabafa o presidente da Rockbuilding. "Por isso, a nossa ideia é contribuir com algumas sugestões práticas daquilo que entendemos ser urgente, como ter, por exemplo, um Ministério da Habitação com competências para tratar de tudo o que envolve esta temática, sem depender de outros ministérios, como o das Finanças, para que tudo seja mais eficiente", explica. Adianta ainda que outras das urgências é ter pessoas competentes e experientes à frente das decisões na área da habitação. "Competentes na área técnica, financeira e social, porque isto é um problema social", acrescenta o especialista. Diz ainda que a única solução que antevê é haver uma política nacional dirigida para esta área. Todas estas questões serão debatidas na mesa redonda de dia 9 de junho, às 16.00.

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