Vice-presidentes. Deputados chumbam candidatos do Chega e IL

Como se previa, a candidatura apresentada pelo partido de André Ventura a uma vice-presidência foi chumbada, por esmagadora maioria. Mas, surpreendentemente, a candidatura da IL também nao obteve a votação mínima necessária
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As candidaturas do Chega a vice-presidente da Assembleia da República - primeiro de Diogo Pacheco de Amorim e depois de Gabriel Mithá Ribeiro - foram esta tarde ambas chumbadas pelos deputados.

Para a eleição se concretizar, precisavam, no mínimo, de 116 votos a favor (maioria absoluta mais um deputado).

Pacheco de Amorim só obteve 35 votos a favor (com 183 votos brancos e seis nulos). Depois, o Chega insistiu, apresentando Gabriel Mithá Ribeiro (na foto, em baixo), que voltou a ser chumbado: 37 votos a favor, 177 brancos e onze nulos..

Surpreendentemente, os deputados também não elegeram o candidato da IL, João Cotrim Figueiredo. Obteve apenas 108 votos a favor. 110 deputados votaram em branco e seis anularam o voto.

A Iniciativa Liberal, através do seu líder parlamentar, Rodrigo Saraiva, lamentou o resultado - recordando que Cotrim teve zero faltas legislatura anterior - e anunciou que o partido não irá de novo a votos. Cotrim Figueiredo, por sua vez, veio "desdramatizar" o chumbo e justificar que, se o partido não conseguiu eleger um vice-presidente na primeira votação, "não fazia sentido haver uma segunda candidatura". O desfecho, considera, "é mais uma derrota pessoal" do que propriamente partidária. "O chumbo da candidatura dá-nos mais força para querer mudar as coisas", atirou.

Quando questionado sobre se o chumbo da sua candidatura poderia colar o partido ao Chega, Cotrim Figueiredo referiu que "o cargo, do ponto de vista da Iniciativa Liberal, não é assim tão importante". "A nossa vontade é de mudar o país e não se muda com cargos mas sim com políticas", rematou.

Dito de outra forma: a vice-presidência da AR ficará sem representação da Iniciativa Liberal.

Foram eleitos vice-presidentes logo à primeira tentativa os candidatos do PS e do PSD a vice-presidentes, respetivamente Edite Estrela e Adão Silva.

Edite Estrela obteve 159 votos a favor, 59 brancos e seis nulos. Adão Silva, do PSD, teve uma votação bastante mais forte: 190 votos a favor, 38 brancos e seis nulos.

Com os chumbos dos candidatos do Chega e do candidato da IL, Augusto Santos Silva (PS) irá dirigir os trabalhos ao longo da legislatura com apenas dois vice-presidentes (quando o regimento prevê quatro, um por cada um dos quatro maiores partidos).

Em relação aos secretários da Mesa da Assembleia da República, foram novamente eleitos as socialistas Maria da Luz Rosinha, com 178 votos a favor, e Palmira Maciel com 172 votos, bem como as sociais-democratas Lina Lopes (180 votos a favor) e Duarte Pacheco, que teve a maior votação, com 196 votos a favor.

Como vice-secretários da Mesa da Assembleia da República foram eleitos os socialistas Diogo Leão, Joana Sá Pereira e Tiago Estêvão Martins bem como a social-democrata Helga Correia.

Para o Conselho de Administração da Assembleia da República, concorreu uma lista única composta por Eurídice Pereira (PS), José Silvano (PSD), André Ventura (Chega), Carla Charters de Azevedo (Iniciativa Liberal), João Dias (PCP) e Joana Mortágua (Bloco de Esquerda), que foi eleita com 203 votos a favor, 15 brancos e seis nulos.

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