
Portugal exportou, nos primeiros três meses do ano, 74,3 milhões de litros de vinho no valor de 211,983 milhões de euros, o que representa uma quebra de 2,14% em volume e um valor 0,01% acima do ano passado, quando o setor assegurou vendas ao exterior de 211,955 milhões de euros. Retirado o contributo do vinho do Porto, as exportações totais caíram 1,15% em valor e 2,8% em volume. O preço médio cresceu em ambos os casos: 2,85 euros por litro no total, mais 2,2% do que o ano passado; 2,38 euros por litro, retirado o vinho do Porto, o que dá um crescimento homólogo de 1,7%.
Os dados são do primeiro trimestre e não deixam transparecer o comportamento difícil da esmagadora maioria dos mercados de destino dos vinhos nacionais. É que o mês de março veio anular praticamente todos os ganhos obtidos em janeiro e fevereiro, meses em que as exportações cresceram 2,26% e 8,9%, respetivamente. Em março, as exportações caíram 8,8%, ficando-se pelos 75,7 milhões de euros, sete milhões a menos do que em igual mês de 2023.
Em termos de mercados, França comprou menos vinhos português, mas pagou-o quase 7% mais caro, o que fz com que as exportações totais para este mercado crescessem 3,7%. Menos positivas foram as notícias que vieram dos EUA e do Reino Unido, com quebras em valor de 5,2% e 2,25%, respetivamente. E se, em terras de Sua Majestade, o preço médio até subiu, mais de 2%, nos EUA caiu quase 7%.
Canadá, Alemanha, Países Baixos e Angola foram outros mercados com quebras significativas, a variar entre os 7,54% de perda, em valor, no Canadá, e os 40,33% de perda em Angola. Só Angola representa menos cinco milhões de euros comparativamente ao primeiro trimestre de 2023. Somado aos outros três, são foram quase 9 milhões de euros a menos que entraram nas contas dos produtores nacionais.
Do lado das boas notícias, destaque para o crescimento no mercado brasileiro - mais 28% em volume e 21,4% em valor - e no russo, país para o qual as exportações de vinho quase quadruplicaram. Nos primeiros três meses do ano, Portugal exportou 3,8 milhões de litros de vinho, no valor de oito milhões de euros, um crescimento homólogo de 286,7% em volume e 264,4% em valor.
Em termos de denominações de origem, destaque para a performance do vinho do Porto, com 63,4 milhões de euros exportados, mais 1,7 milhões de euros do que no primeiro trimestre de 2023. Da Região dos Vinhos Verdes veio o maior aumento percentual, com vendas de 26,3 milhões de euros no arranque do ano, mais 27,31% do que no período homólogo.
Destaque, ainda, para o crescimento de quase 10%, em valor, das exportações dos vinhos da Península de Setúbal, num total de 5,5 milhões de euros, e para os quase 20% do Tejo, que arrecadou quase 3,2 milhões de euros em exportações no primeiro trimestre do ano.
Em comunicado, o presidente da ViniPortugal destaca a tendência de subida do valor médio, criando um impacto positivo no valor total das exportações. "É inegável o papel que as exportações de vinho português têm tido no aumento da visibilidade e reputação de Portugal enquanto produtor de referência. Nos últimos anos, as exportações de vinhos portugueses têm demonstrado uma resiliência constante, impulsionada pela qualidade dos produtos, pela eficiência das estratégias de marketing e pela expansão dos canais de distribuição. Temos como objectivo continuar a crescer, trazendo sustentabilidade económica ao sector e contribuindo para a promoção da cultura e do património vitivinícola do país a nível global", frisa Frederico Falcão.