O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) prevê que a produção de vinho, em Portugal, escorregue 11%, em termos homólogos, para 6,2 milhões de hectolitros durante a próxima campanha.De acordo com um relatório divulgado esta semana, as quebras mais acentuadas estarão, sem surpresa, nas principais regiões produtoras: o Douro (-20%), Lisboa (-15%) e o Alentejo (-15%). Por outro lado, Dão, Beira Interior, Algarve e Açores edverão registar um aumento na produção de uva. Já nas regiões da Bairrada e de Távora-Varosa, as previsões apontam para uma manutenção dos níveis registados na campanha anterior.A penalizar as vinhas estiveram, este ano, várias doenças que afetaram muitas uvas, e também alguns fenómenos extremos que não ajudaram, justificam os especialistas. Mas apesar da quebra na produção, os preços deverão permanecer inalterados. Pelo menos, é essa a convicção do presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, que em entrevista à Antena 1 dava essa garantia.Os números da Comissão Europeia apontam no mesmo sentido e prevê, que os mercados agrícolas da União Europeia (UE) cresçam 1,1% este ano e 1,5% em 2026, ainda que antecipando uma quebra histórica no vinho, incluindo de 8% em Portugal. .Produtores do Douro desesperam por soluções para excedentes de vinho.De acordo com a edição do verão de 2025 do relatório sobre as perspetivas a curto prazo dos mercados agrícolas da UE, divulgada no passado dia 28 de julho, pelo executivo comunitário, a produção de vinho deverá ficar 10% abaixo da média de cinco anos, com uma quebra anual de 5%, para um mínimo histórico de 20 anos (137 milhões de hectolitros) no período de 2024/2025.Ou seja, o fenómeno não é exclusivo de Portugal com vários países a arrancar vinha (como França) e vindimar em verde – antes de as uvas estarem maduras – para fazer face a níveis de produção mais elevados que o desejado nos últimos anos. Itália e Espanha contrariarão esta tendência, prevendo-se um aumento da produção na ordem dos 15% e dos 11%, respetivamente.Aliás, recorde-se que este ano os produtores do Douro já se manifestaram várias vezes devido aos excedentes de produção que têm estado a causar graves problemas financeiros na região, sobretudo por causa das regras em torno do vinho do Porto, como o DN já explicou aqui.Entretanto, a inflação dos produtos alimentares na UE continua a ser superior à geral (3,1% contra 2,2% em maio), embora se observe alguma estabilidade - ou mesmo deflação - em algumas categorias de produtos alimentares.Apesar dos níveis historicamente elevados, os agricultores da UE registaram recentemente uma estabilização dos custos dos fatores de produção, o que poderá ajudar também a manter os preços. Com Lusa