Vinho Verde quer tirar "enorme partido" das tendências mundiais de consumo

A rentabilidade dos negócios, com uma valorização comercial das uvas, dos vinhos e da marca Vinho Verde, é uma das prioridades da nova presidente da Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes, Dora Simões
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A nova presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) está apostada em "estabelecer para o Vinho Verde uma categoria mais sólida e alargada no mercado nacional e internacional", tirando "enorme partido" das tendências mundiais de consumo. Na tomada de posse, que decorreu ao final da tarde desta quinta-feira, Dora Simões falou num "ciclo favorável" e que deve ser aproveitado "o mais rapidamente possível". A região, garante, "tem tudo o que necessita para competir e mais do que o suficiente para vencer".

Dora Simões, que sucede a Manuel Pinheiro, que presidiu à CVRVV nos últimos 22 anos, afiança que "nunca como agora se procurou tantos vinhos brancos, tantos vinhos com castas autóctones, tantos vinhos com frescura natural, tantos vinhos com álcool equilibrado, tantos vinhos genuinamente diferenciados", cabendo à região "capitalizar" o momento.

Sobre as prioridades do novo mandato, em que será acompanhada na direção por Óscar Meireles (Quinta da Lixa) e Rui Pinto (Adega de Felgueiras), em representação do comércio e da produção, respetivamente, a nova presidente destacou a rentabilidade dos negócios, com a valorização comercial das uvas, dos vinhos e da marca global Vinho Verde, mas, também, a sustentabilidade, necessária para gerar "maior resiliência e obter eficiências" na viticultura, nas adegas e na comercialização. "É muito importante que tenhamos uma estratégia e um plano sério para a região, e que esteja de acordo com os problemas existentes no Vinho Verde, dada a importância de preparar os enormes desafios que são as alterações climáticas e que terão impacto nas uvas, no estilo dos vinhos e no que a região será num futuro mais próximo do que mais longínquo. E sem nunca perder de vista o impacto que isso terá na sustentabilidade de cada um dos negócios hoje existentes no Vinho Verde", frisou.

Por fim, destaque para o turismo e necessidade de "capitalizar o movimento inédito de turistas na região, aumentando o dispêndio de tempo e de dinheiro gastos no enoturismo e fidelizando, assim, ainda mais consumidores e entusiastas".

Natural do Porto e licenciada em English for International Business pela University of Central Lancashire, no Reino Unido, Dora Simões tem um percurso profissional de mais de 25 anos nos vinhos, tendo assumido funções de relevo como a direção-geral da ViniPortugal ou a presidência da direção da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), onde lançou e desenvolveu o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA).

Pela primeira vez, a CVRVV conta com duas mulheres na liderança da região, com Celeste do Patrocínio a assumir a presidência do Conselho Geral.

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