O anúncio foi feito esta quinta-feira, 24 de julho, após a reunião do Conselho de Ministros e confirma a notícia avançada em primeira mão pelo Diário de Notícias que dava conta que o ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira liderava a "shortlist" para o cargo de governador do Banco de Portugal. O seu nome foi ganhando cada vez mais consistência nos últimos dias, depois de afastados nomes como o do ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar ou do economista Ricardo Reis.O ministro da Presidência sublinhou que Mário Centeno não foi reconduzido porque o Governo escolheu "alguém que é melhor para o cargo". "Entendemos que o Álvaro Santos Pereira serve melhor os objetivos que se pretendem para um banco central que é a autoridade de supervisão e tem responsabilidades de estudos e de estatísticas e que é parte de um euro-sistema de supervisão. Essas características são várias. É melhor escolha e é a melhor escolha por ser independente, porque vem não de dentro do banco nem do Governo. É independente. É, com muito mérito pessoal e do seu talento, um economista muito reconhecido muito reconhecido por departamentos e organizações económicas. É o principal economista da OCDE, mérito alcançado pelo próprio. Entrou na OCDE por concurso e subiu ao cargo de economista-chefe por mérito próprio, reconhecido internacionalmente. Esse reconhecimento prestigia o papel do Banco de Portugal. Tudo isto sendo profundamente independente e conhecedor da economia nacional e internacional e do sistema financeiro", afirmou Leitão Amaro em conferência de imprensa.Embora Álvaro Santos Pereira tenha feito parte de um governo PSD/CDS-PP, Leitão Amaro salientou que "no caso português houve vários governadores com experiência governativa", o que é diferente de "um governador saído de um governo". "Álvaro Santos Pereira não é governante há mais de uma década, não é membro de nenhum partido nem foi candidato por algum partido. Serviu Portugal. Nunca serviu um partido. A boa preservação de independência diz que não se deve sair de um governo para a liderança de um banco central num período mínimo de 2 a 3 anos. Há bons economistas no governo, mas está fora de questão, até porque o Governador tem peso no Banco Central Europeu, onde se decide a política monetária. A experiência em cargos executivos pode ser uma mais-valia. São vários anos a servir a OCDE e a economia internacional e a honrar Portugal a partir dessa função", reforçou o governante, que agradeceu a Mário Centeno o exercício da função e rejeitou fazer "observações" ou "considerações" sobre o desempenho do antigo ministro socialista enquanto Governador do Banco de Portugal.Questionado sobre os outros nomes ventilados pela comunicação social, Leitão Amaro reconheceu o "talento indiscutível" de Ricardo Reis, que foi seu "supervisor de doutoramento", mas não se quis alongar muito, preferindo realçar a opção do Governo: "É a nossa escolha, a nossa proposta ao país.". A designação do atual economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) era para ter sido revelado na semana passada, tal como o Jornal de Negócios noticiou, mas acabou por ser adiado devido a questões relacionadas com a vida profissional do economista, que saiu de Portugal após deixar o Ministério da Economia, em 2013.Mário Centeno não é, sem surpresas, reconduzido no cargo de Governador do Banco de Portugal, e cessando funções em setembro. É a primeira vez desde 2000 que um governador não cumpre os dois mandatos possíveis. Apesar de o seu mandato ter terminado no passado dia 21, Centeno ainda é governador com plenos poderes, e está, inclusivamente, a representar Portugal numa reunião em Frankfurt, esta quinta-feira. Será também Mário Centeno a representar Portugal na próxima reunião de política monetária do BCE, marcada para depois do verão. Isto porque o Executivo se atrasou no anúncio da nova escolha. Apesar de o motivo do atraso não ser oficial, fontes próximas do processo garantem que este atraso se deveu a uma série de convites que terão sido inicialmente feitos e recusados. Álvaro Santos Pereira será , assim, o senhor que sucede a Centeno. O nome do Economista ainda tem de ir ao Parlamento, para que os deputados elaborem um relatório - não vinculativo - sobre a escolha do Governo, mas tudo indica que será mesmo ele a ocupar o cargo. É por essa razão, aliás, que Mário Centeno se manterá em funções para além do fim do mandato, uma vez que as férias da Assembleia da República se vão colocar no meio deste processo.Economista de formação, Álvaro Santos Pereira não tem filiação política e acumula vasta experiência académica internacional, sendo desde o início de 2024 economista-chefe da OCDE.Regressa, agora, a Portugal para suceder a Mário Centeno, a quem, recentemente, teceu críticas pelas intervenções que tem feito em que comenta políticas do Executivo de Montenegro. Santos Pereira considera que o banco central deve ser independente e técnico..Álvaro Santos Pereira lidera 'short list' para governador do Banco de Portugal.OCDE nomeia Álvaro Santos Pereira economista-chefe da instituição