Mais de uma dezena de associações e movimentos cívicos, Organizações não Governamentais de Ambiente (ONGA) e associações de moradores do concelho de Cascais aprovaram um manifesto a apelar "à defesa urgente e efetiva do património histórico, cultural e natural de Cascais". O manifesto é dirigido "às candidaturas autárquicas de 2025, aos órgãos de soberania e a outras instituições", lê-se no comunicado enviado às redações. Para estas entidades (entre as quais as ONGA Grupo Ecológico de Cascais, e SOS Quinta dos Ingleses), que estiveram reunidas no passado dia 16 no II Encontro sobre Ambiente e Qualidade de Vida em Cascais, "apesar da nova lei dos Solos ainda não estar em vigor, nos últimos anos, no concelho de Cascais, verificou-se uma persistente ocupação, com edificações de solos rústicos e de áreas verdes e de proteção, bem como o contínuo agravamento da erosão da orla costeira". .Governo diz que preços da habitação vão descer, mas há quem não concorde. O que precisa de saber sobre a lei dos solos que entra hoje em vigor. Por isso, propõem um conjunto de medidas aos poderes públicos, entre as quais a revogação das alterações recentes à lei dos Solos, que entraram em vigor no dia 29 de janeiro, e que vieram permitir a construção de habitação em terrenos rústicos e em alguns solos classificados como de Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional.As associações pedem ainda a "suspensão imediata" da urbanização da Quinta dos Ingleses e de outros planos urbanísticos que "impermeabilizam a orla costeira". Também se manifestam contra a atividade de aviação no concelho e a reconversão dos aeródromos de Tires e do Estoril.Para estas entidades, "é urgente travar a descaracterização das povoações, provocada pela excessiva construção urbana, sobretudo na gama de condomínios turísticos e de habitação de luxo (serviced apartments) que, aumentando o trânsito e a poluição sonora e atmosférica produzida pela fraca e ineficiente rede de transportes públicos e pelas mal planeadas infraestruturas viárias, provocam impactos negativos sobre as populações",O apelo é para que "o município de Cascais invista efetivamente na sustentabilidade do concelho, em soluções inovadoras nas áreas urbanas mais compactas. Os parques urbanos e a proteção efetiva de reservas naturais são ferramentas chave, tornando áreas de elevada densidade urbana mais saudáveis e confortáveis para os seus habitantes e mais seguras e resilientes às alterações climáticas". Neste II Encontro sobre Ambiente e Qualidade de Vida em Cascais, que contou com a presença da Quercus como observadora, participaram a Associação de Defesa da Aldeia de Juso, Associação de Moradores de Birre, Pampilheira e Torre, Associação de Moradores e Amigos de Cabeço de Mouro, Associação de Proprietários do Bairro Monte Trigo, Associação Respirar Cascais, Forum por Carcavelos, Grupo Areia Guincho, Grupo Contra o Alargamento do Aeródromo de Tires, ONGA Grupo Ecológico de Cascais, ONGA Associação Ambiental SOS Quinta dos Ingleses e Associação Amigos do Parque das Gerações.