A EDP vai "acelerar" o seu investimento em energias renováveis na Europa e na América do Norte, duplicando a capacidade instalada em energia eólica e solar nos próximos cinco anos. A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade pretende tornar-se neutra em emissões de carbono até 2030..Para tal, investirá 24 mil milhões de euros nos próximos quatro anos na transição energética, com o objetivo de "reforçar a sua posição de líder" neste domínio. A meta é conseguir mais 50 gigawatts (GW) em energia limpa. Do total a investir, 80% será aplicado em energias renováveis, através de várias tecnologias - eólica, solar, hidrogénio verde e armazenamento de energia -, com o desenvolvimento de 4 gigawatts (GW) ao ano e duplicando a capacidade solar e eólica da empresa até 2025, de 12 para 25 GW, anunciou ao mercado na atualização do seu plano estratégico para 2021-2025. Na geração solar descentralizada, a empresa pretende crescer 10 vezes a sua presença global..A EDP deixará de produzir a partir do carvão em 2025 e será " totalmente verde" em 2030, "antecipando em 20 anos a metas de ser uma empresa sem impacto nas emissões de carbono", destaca em comunicado. Refira-se que, a meta anterior, definida pela EDP em março de 2019, previa apenas que mais de 90% da produção da empresa, em 2030, fosse de origem renovável.."Este plano é um compromisso forte e ambicioso da EDP e inclui uma aceleração sem precedentes do nosso crescimento em renováveis, suportado pela nossa história de sucesso. O desafio inédito que as alterações climáticas nos impõem requer uma mudança de mentalidade e de ambição e, acima de tudo, uma ação mensurável. Não se trata apenas de levar energia às comunidades, mas sim de contribuir para que estas comunidades possam ter vidas mais sustentáveis", destaca Miguel Stilwell, CEO da EDP..A empresa vai ainda investir dois mil milhões em inovação e na transformação digital, focados em novas soluções em hidrogénio, armazenamento de energia, redes inteligentes, comunidades de energia e mobilidade elétrica, e para reforçar a ligação da sua equipa global..Em termos de geografias, Europa e América do Norte receberão 80% dos 24 mil milhões a investir, para o Brasil e América Latina vão 15%. Mercados onde há "muita procura por renováveis" e que conta com um ambiente regulatório "estável e previsível", onde a empresa possa ter "retornos adequados" ao investimento que está a fazer, explica Miguel Stilwell. Os restantes 5% serão para o resto do mundo, muito provavelmente para projetos na Ásia. "Vietname, Coreia do Sul, Japão, há uma série de países que estamos a analisar e já temos alguns projetos em vista", frisou..Quanto aos ganhos, a meta da EDP é atingir um EBITDA (lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 4,7 mil milhões de euros em 2025, graças ao que define como um "crescimento ambicioso", o que representa uma taxa de crescimento anual de 6%..Em termos de lucros, a empresa, que em 2020 fechou o ano com resultados líquidos de 801 milhões, prevê chegar aos mil milhões em 2023 e a 1,2 mil milhões em 2025, com um crescimento anual de 8%. A política retribuição aos acionistas será mantida nos valores atuais: 75 a 85% dos lucros serão distribuídos pelos acionistas, com um dividendo por ação de 19 cêntimos, o mesmo valor que foi pago nos últimos anos e que será proposto na Assembleia Geral agendada para 16 de abril.