Altice. Alexandre Fonseca também está a ser investigado no caso que envolve cofundador

Casa do Co-CEO global da Altice também terá sido alvo de buscas e, segundo a RTP, o gestor é suspeito de, alegadamente, ter recebido vantagens indevidas em negócios considerados lesivos para a dona da Meo.
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Alexandre Fonseca, que acumula os cargos de co-CEO global do grupo Altice com os de presidente do conselho de administração (chairman) da Altice Portugal e chairman da Altice USA, também está a ser investigado pelo Ministério Público, no caso que envolve o cofundador português da dona da Meo, Armando Pereira, devido à alegada simulação de negócios e ocultação de proveitos na venda de património imobiliário da antiga PT.

De acordo com o jornal Eco, a casa do gestor também foi alvo de buscas. Alexandre Fonseca não foi detido para interrogatório, mas, adianta a RTP e a CNN Portugal, é suspeito de ter recebido, alegadamente, vantagens indevidas de quase meio milhão de euros e um imóvel por um preço baixo do valor de mercado, na sequência da venda de ativos da Altice entre 2017 e 2018, quando era CEO da Altice Portugal. A RTP garante que há outros pagamentos, alegadamente indevidos, a outros elementos da telecom a serem investigados.

A 13 de julho tornou-se pública a investigação que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, coadjuvado pela Autoridade Tributária a Aduaneira, tem em curso sobre o envolvimento de altos responsáveis da Altice Portugal na alienação de imóveis da antiga PT que lesaram o Estado (e a própria dona da Meo). As autoridades realizaram cerca de 90 buscas em dois dias - incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa. Há quatro detidos para interrogatório e a aguardar por medidas de coação: Armando Pereira, cofundador da Altice; Hernâni Antunes, parceiro de negócios do cofundador da telecom; Jéssica Antunes, filha e alegada testa de ferro de Hernâni Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro.

Segundo o DCIAP, está em causa, alegadamente, uma "viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros".

A investigação indica também a existência de indícios de "aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira" através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o MP que terão também sido usadas sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

Nas buscas, foram apreendidos documentos e objetos, "tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros".

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