Esta posição foi transmitida pela dirigente da bancada social-democrata Mónica Ferro, que disse basear-se em declarações proferidas pelo deputado do PS Jorge Fão, segundo as quais, alegadamente, a futura comissão de inquérito potestativa proposta pelo PCP abrangeria apenas a gestão dos estaleiros nos últimos dois anos e meio.
"O PSD entende que tem de ser denunciado o facto de haver diferenças entre a proposta de comissão de inquérito do PCP feita em dezembro e a proposta que agora está em cima da mesa. Há um a redução incompreensível quer do objeto temporal, quer do objeto material desta comissão inquérito", referiu Mónica Ferro.
A dirigente da bancada social-democrata fez depois uma alusão ao facto de a comissão parlamentar de inquérito potestativa requerida pelo PCP só poder avançar com a assinatura de um mínimo de 46 dos 230 deputados, o que torna o PS essencial para a sua viabilização.
"Estamos perante uma negociata ao limitar-se a comissão de inquérito aos últimos dois anos e meio. Qualquer português não acredita que a situação dos ENVC se deva apenas à gestão e à tutela dos dois últimos dois anos e meio, porque a empresa dá prejuízos de uma forma constante há 20 anos", apontou Mónica Ferro.
Para a dirigente do Grupo Parlamentar do PSD, a redução do objeto da comissão de inquérito "só pode ter como objetivo branquear administrações e governos anteriores, nomeadamente do PS, e ocultar alguns dos factos que são essenciais para se compreender a situação a que chegaram os ENVC".
"O PSD e CDS votaram contra a constituição desta comissão de inquérito parlamentar. Neste momento estamos perante uma figura regimental distinta: A comissão de inquérito parlamentar potestativa, um direito que assiste aos grupos parlamentares. Até vermos o documento final e até verificarmos se esta partidarização inaceitável se concretiza, tomaremos a posição que entendermos como mais adequada", advertiu Mónica Ferro.