Angela Merkel, a rainha do Ocidente? "Faz grande política, merece o trono", é a opinião de Josef Joffe no Le Monde, com uma salvaguarda: "a força de Merkel assenta também na debilidade da concorrência." The Independent, de Londres, vê a cimeira G8 como "palco para o show de Merkel", com uma incerteza: "Saber se a autoridade que já conquistou como líder da Alemanha também se impõe no palco internacional." El País reconhece-a "líder de peso, a mais sólida da Europa". Bernardo Valli explica no La Repubblica que Merkel, depois de "reforçar a sua posição pessoal ao impor-se, de modo indiscutível como líder da Alemanha, dedica agora a sua energia a uma actividade internacional carregada de ambição"; caracteriza-lhe o estilo: "Sabe ouvir, pede muitas opiniões, é económica nas palavras e faz sínteses certeiras com o rigor da matemática da sua predilecção." No Sueddeutsche Zeitung, Cristopher Daase, professor de Relações Internacionais em Munique, gaba-lhe "o modo como procura resultados concretos".
The Independent, no editorial, lembra que "há ano e meio, quando Merkel ganhou à tangente a Schroeder, davam-lhe não mais de seis meses à frente do governo em Berlim; não só sobreviveu como soube impor-se. É paciente, determinada, lida com mestria com os temas difíceis. Pôs a economia alemã no bom caminho e o desemprego está a baixar". Le Monde elogia-lhe "a posição de peso que deu à política externa da Alemanha". Mas The Independent avisa que "o êxito dos líderes passa tanto pela sorte como pela competência e pela coragem e a sorte nem sempre sorriu à senhora Merkel". Seria bom que pudesse sorrir neste G8.
Prodi suspira de alívio: o seu governo de Itália continua de pé, superou mais uma votação difícil no Senado de Roma, mas "é evidente que a maioria parlamentar de centro-esquerda sofre grave paralisia e, apesar do imobilismo, consegue tropeçar em quase tudo o que lhe aparece pela frente" [El Pais]. "Todo o sistema político italiano parece incapaz de encontrar o bem público e o interesse geral" [La Repubblica].