Gadget mobile. Febre do iPhone ainda rende milhões.

A partir de Braga, Miguel Sousa chega a vender mil smartphones por semana, dos quais 75% para fora do país.
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Há quem vaticine vida curta à Apple devido às vendas dececionantes das versões mais recentes do iPhone, mas a Gadget Mobile não sentiu qualquer abrandamento do negócio. “Se a procura mudar para outra marca, então mudaremos também”, assegura Miguel Sousa, o fundador da empresa portuguesa dedicada à venda do famoso smartphone. Usados, unicamente.

Hoje com 28 anos, o empreendedor começou a vender iPhone usados online há dois anos e, hoje, chega a vender mil unidades por semana. São 8,5 milhões de euros de faturação só este ano. “Comprava-os em Vigo, onde eram mais baratos, e depois vendia em sites online. Com o aumento da procura, vi que havia mercado para lançar um negócio só dedicado aos smartphones”, recorda.

Lojas que vendem equipamentos eletrónicos usados há muitas, reconhece. “Mas nós só vendemos produto com garantia de um ano e não vendemos produto recondicionado”, aponta Miguel Sousa. “Os telemóveis recondicionados são aparelhos que tiveram alguma avaria, foram reparados e colocados à venda. Ainda testamos esse negócio, mas não nos interessava, porque tínhamos muito mais devoluções”, reconhece.

Para evitar dúvidas e a fazer diferença na etiqueta do preço, os aparelhos são catalogados em quatro categorias: A+ para os que estão como novos e sem marcas (os modelo 6 custam cerca de 300 euros nesta categoria), os A que têm alguma marca, os B que têm marcas mas o display está bom, e os C que têm marcas e riscos no display. Estes últimos custam, em média, menos 50 euros. “A Apple tem um retorno de 10% nos smartphones novos; nós temos entre 7% e 10%, por isso estamos bem".

O “oxigénio” do negócio da Gadget Mobile tem vindo da “febre” dos adeptos da marca, que se apressam a ter o último modelo mal sai e vendem o anterior. Mas, para Miguel Sousa, a Apple cometeu um erro de resultado imprevisível: “Lançaram o iPhone 8 e o iPhone X em datas muito próximas. As pessoas não estão a comprar porque esperam pelo próximo para decidir. É por isso que, neste momento, ainda não há o iPhone 7 a bons preços no mercado de usados”, explica.

Com loja física em Braga, onde trabalham quatro pessoas, a Gadget Mobile começou a vender online no ano passado, quadruplicando a faturação deste ano. Espanha, Polónia e França têm sido os principais destinos de 75% das vendas globais. “Muitos compram-nos para revenda nessas lojas de venda de equipamentos usados”, revela o fundador. “Também tenho tido pedidos para vender para Angola, mas é complicado. Querem pagar em kwanzas e isso não interessa. O Brasil é outro mercado interessante, já tivemos clientes a levar mercadoria, mas a Alfândega barra muitos equipamentos. Não compensa”.

Com planos para abrir mais lojas físicas em Portugal durante o próximo ano, a Gadget Mobile poderá estar brevemente em “cidades grandes, como Lisboa, Porto, Coimbra”, mas também “em outras cidades próximas, como Viana do Castelo” e até outro estabelecimento em Braga. “A cidade de Braga cresceu muito e tem uma população muito jovem e com apetência por este produto.”

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