Há 72 milhões de euros no Fundo de Compensação do Trabalho que as empresas se esqueceram de levantar. Em causa está o desconto de 1% dos salários dos novos trabalhadores que as empresas são obrigadas a descontar para os fundos criados em 2013 para garantir o pagamento das compensações por despedimento. Sempre que um trabalhador sai, a empresa pode recorrer ao fundo para recuperar o dinheiro, mas, ao longo destes sete anos, isso não foi feito em mais de um milhão de contratos terminados, o que gerou um total de 72 milhões de euros que podem, ainda, ser recuperados..A notícia é avançada pelo Negócios, que cita o relatório e contas do Fundo de Compensação do Trabalho referente a 2020, no qual se pode ler que, no final do ano, "havia contratos cessados no sistema e para os quais não haviam sido inseridos os respetivos pedidos de reembolso, num valor total estimado de cerca de 72 milhões de euros"..A verba em causa refere-se a mais de 100 mil empresas e a mais de um milhão de contratos cessados sem reembolso. O que dá uma média de 726 euros por empresas e de cerca de 70 euros por contrato cessado. Em mais de 70% dos casos, são contratos que terminaram há mais de um ano..O desconhecimento sobre a forma de funcionamento do fundo, associado a alguma inércia em avançar com um processo administrativo para receber pequenas quantias (quando individualmente considerado cada contrato cessado) é a explicação avançada pelas associações patronais para este bolo esquecido no Fundo de Compensação do Trabalho.