O turismo continua a atravessar dias de incerteza, mas ainda assim a hotelaria nacional continua a recrutar. "O grupo Vila Galé vai contratar cerca de 150 colaboradores para reforçar as suas equipas dos seus 27 hotéis em Portugal. As vagas são para diferentes funções como empregados(as) de mesa, cozinheiros(as), copeiros(as), empregados(as) de andares mas também para funções de liderança como, por exemplo, assistentes de direção, chefes e subchefes de restaurante e governantes(as)", diz o grupo hoteleiro em comunicado..E pisca o olho aos futuros funcionários com alguns benefícios, como descontos e ofertas de alojamento e serviços para os colaboradores, "prémios anuais de produtividade e seguro de saúde após o primeiro ano de integração na empresa"..Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Vila Galé, em comunicado, explica que o grupo terá "todos os hotéis a funcionar em pleno este verão e estamos a apostar no reforço das equipas a nível nacional tanto com ofertas para quem procura emprego a tempo inteiro como em regime de part-time"..Este grupo, o segundo maior em Portugal, não é o único que nos últimos dias revelou que está a recrutar. O grupo Savoy Signature, com presença na Madeira, também procura quase uma centena de pessoas até ao final do ano.."Com a recuperação da atividade turística e a abertura das unidades hoteleiras, a Savoy Signature tem em curso um processo de recrutamento para várias funções em diferentes áreas", começa por assinalar o grupo em comunicado.."A Savoy Signature recrutou, nos últimos meses, 209 profissionais e tem ainda cerca de 80 novas vagas para preencher até ao final do ano, quer para funções comerciais na sua estrutura central (Deputy Head of Sales, International Sales Executive), quer para a operação, como rececionistas, empregados de andares e para funções nos restaurantes e bares dos hotéis", acrescenta..As vagas em aberto são para as unidades hoteleiras na Madeira. "Além deste processo de recrutamento, o grupo iniciou em junho o regresso dos colaboradores em regime de layoff com o objetivo de retomar a atividade a 100%, havendo a necessidade de reforçar as atuais equipas de cada unidade", diz ainda..O ano de 2021 vai ainda ser atípico para o setor do turismo. No caso de Portugal, os primeiros quatro meses do ano, devido às fortes restrições impostas com o objetivo de travar a pandemia, a atividade das unidades de alojamento para turistas foi muito reduzida. Os dados mais recentes do INE mostram que, entre janeiro e abril, as unidades de alojamento contaram com 1,2 milhões de hóspedes e 2,7 milhões de dormidas, quedas de quase 67% e 70% face ao mesmo período do ano passado..Em 2020, os efeitos da pandemia começaram a sentir-se particularmente de março em diante. O primeiro estado de emergência em Portugal foi decretado a 19 de março e o mês abril foi de confinamento geral. Comparando os números dos primeiros quatro meses de 2021 com os dados de 2019, nota-se uma diferença significativa: de janeiro a abril de 2019 as unidades de alojamento para turistas acolheram mais de 6,8 milhões de hóspedes e mais de 16,9 milhões de dormidas..Maio deverá refletir a entrada de Portugal na lista verde de Inglaterra e Escócia, algo que durou apenas algumas semanas. A saída de Portugal desta lista levou a centenas de cancelamentos. Os próximos meses serão ainda de alguma incerteza. .A partir de julho entra oficialmente em vigor o Certificado Digital Covid, uma espécie de livre-trânsito à escala europeia que vai fazer prova se os cidadãos estão vacinados ou têm teste negativo à covid-19. O objetivo é facilitar as viagens dentro da União Europeia e assim impulsionar o setor do turismo..Ainda assim, a atividade turística em Portugal neste ano deverá, tal como em 2020, estar fortemente alavancada no mercado interno. O Banco de Portugal reviu em alta as previsões de crescimento económico de Portugal para 4,8% neste ano, apontando as perspetivas mais positivas no curto prazo, associadas à melhoria da confiança dos agentes económicos. A elevada taxa de poupança que tem vindo a registar-se poderá contribuir também para alimentar do turismo interno..As estimativas das organizações internacionais sugerem que a atividade turística só chegará aos níveis de 2019 em 2024.