Em cem anos de história, a IBM só teve nove presidentes executivos. Talvez por isso mesmo tenha conseguido chegar ao centenário, algo que nenhuma outra tecnológica conseguiu ainda. A estabilidade e resiliência da International Business Machines, fundada a 16 de Junho de 1911, são dois dos seus traços mais constantes. . Com uma facturação que ronda os 70 mil milhões de euros e quase 430 mil empregados em ~170 países, a gigante conhecida por "big blue" continua a ser uma das mais inovadoras do mundo. . Tem mais patentes registadas que qualquer outra tecnológica; operou uma transformação total da sua estrutura de negócio, para se adaptar às novas tendências da indústria; e é provavelmente a única companhia que emprega cinco Prémios Nobel nos seus quadros. . "Começámos por fazer relógios, escalas e - acreditem ou não - máquinas de cortar queijo... e, mais tarde, os cartões perfurados. Mas nunca nos identificámos com apenas um produto ou uma tecnologia", disse o CEO da IBM Portugal, José Joaquim Oliveira, a propósito do centenário. . Depois de ter criado as bandas magnéticas, as disquetes e os códigos de barras, a IBM chegou tarde à festa dos computadores pessoais nos anos oitenta e passou por uma fase de reestruturação, que deu frutos nos anos noventa. Em 2004 decidiu livrar-se da divisão de computadores e vendeu-a aos chineses da Lenovo, uma decisão que apanhou muitos de surpresa. Mas a IBM já estava noutra era. . A empresa a quem devemos o projecto que deu origem à Internet virou-se para os serviços de tecnologias de informação, desde consultoria e integração a outsourcing, e tem defendido o conceito de Smarter Planet - como as tecnologias podem ajudar a tornar as cidades e os países mais inteligentes e eficientes. Com a ajuda da sua tecnologia, claro. Chegou a Portugal em 1938 e emprega cerca de 1300 pessoas. . Em 1962, depois de a IBM assinalar meio século, o então presidente Thomas Watson Jr. assinalou num discurso que apenas duas das maiores 25 corporações industriais existentes em 1900 tinham sobrevivido. . "Números como estes ajudam-nos a relembrar que as corporações são dispensáveis e que o sucesso -mesmo no seu melhor - é uma conquista efémera que pode sempre escapar-nos das mãos", resumiu. Se há empresa que sabe disso é mesmo a IBM.