Ikea: Loja de Braga adaptou cenários às casas do Norte

As casas do Norte são diferentes, diz a Ikea, que estudou o assunto para abrir a quarta loja em Portugal. A inauguração é dia 17 de março.
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Ainda falta uma semana para a inauguração da quarta loja Ikea em Portugal. Braga está praticamente a postos para antecipar a "enchente" da Semana Santa e a loja de origem sueca fez o trabalho de casa para rentabilizar o investimento de 25 milhões de euros que ficou pronto em tempo recorde: seis meses.

"Seis meses foi rápido, até para nós", confessou António Machado, diretor de Expansão da marca sueca em Portugal, durante a apresentação da loja a jornalistas e bloggers. A "enorme vontade" de abrir na capital do Minho justificou a execução breve, mesmo a tempo de antecipar a habitual "romaria" de galegos à região durante a Páscoa.

"Não abrimos a pensar nos espanhóis, o mercado português é suficiente para fazermos o investimento. Mas é certo que Braga lhes fica mais perto do que Matosinhos e até fica mais perto do que a Corunha para um galego", adiantou o responsável.

Os 22 mil metros quadrados de Ikea integrados no novo Centro Comercial Nova Arcada - que será inaugurado também no dia 17 de março - foram uma inovação para a própria Ikea. "Foi uma oportunidade única de abrirmos uma loja dentro de um centro comercial que já existia e foi um desafio porque tivemos de adaptar o conceito à área que existia", explicou António Machado. A loja de Braga é também diferente na disposição: juntou na mesma zona todas as áreas ligadas à alimentação (café, restaurante e loja), tem seis portas de entrada (voltadas para vários pontos do shopping) e duas de saída em dois pisos diferentes.

"Queremos que os clientes tenham facilidade em entrar, comprar dois guardanapos, se for caso disso, e sair rapidamente", explicou Koray Saner, o diretor da loja.

Parte da adaptação da loja passou também pelo estudo das casas dos portugueses no Norte. Segundo Koray Saner, "o tamanho das casas no norte é por norma maior e a disposição interior é diferente em relação ao centro e sul do país, sendo muito mais comum, por exemplo, uma área dedicada a lavandaria".

Essas diferenças, explicadas pela designer Paula Figueiredo, incluem também, na cidade de Braga, "corredores muito estreitos com muitas portas e com pouca arrumação" - ou seja, potencial para o "especialista sueco em arrumação" encontrar soluções.

Assim, também os 47 cenários construídos na loja traduzem esses espaços: a casa partilhada (67% vive com alguém) por vários estudantes ou pelo casal com um filho (33% dos locais), em que 65% tem lavandaria e 22% possui lareira. A falta de soluções específicas de reciclagem que a Ikea encontrou na cidade (46% dos 61% que reciclam) é também uma oportunidade de negócio particularmente visada.

O investimento em Braga criou 250 postos de trabalho diretos e insere-se numa estratégia de expansão da marca sueca no nosso país com vista a totalizar dez lojas até 2025. Ao todo, a Ikea terá investido 1,1 mil milhões de euros nessa data. No primeiro semestre de 2017 será inaugurada a loja, centro comercial e outlet de Loulé e, depois disso, outras localizações serão anunciadas.

"De certeza que havemos de procurar um local no Centro do país, depois em Lisboa e no Porto, onde ainda há espaço para crescer, dado que é onde as pessoas vivem. Não temos loja na margem sul, nem no centro de Lisboa, bem como no Porto e em Gaia. Ainda temos muito potencial para explorar em Portugal", desvendou António Machado.

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