A Fujifilm, grupo japonês conhecido de todos pelos rolos e máquinas de fotografia, decidiu criar uma academia de formação nesta arte nas suas instalações em Vila Nova de Gaia. A aposta vai em linha com a afirmação do antigo presidente da companhia, Shigetaka Komori, que ficou nos anais da história da Fujifilm: “A fotografia são momentos e nós temos obrigação de preservar a indústria”. E em novembro nasceu um espaço dedicado a amadores e profissionais, onde são ministrados cursos, promovidos seminários e encontros onde o tema é naturalmente a fotografia..Segundo João Coelho, diretor de Eletronic Imaging da Fujifilm Portugal e responsável pela academia, o projeto arrancou com um curso de iniciação à fotografia digital, em regime pós-laboral, e logo de seguida realizou-se uma formação em edição de imagem. Prestes a iniciar está uma formação em iluminação. A Fujifilm dispõe de uma sala devidamente equipada para apoiar as formações e os workshops e, sendo necessário, disponibiliza máquinas fotográficas..Como sublinha, “nós gostávamos e necessitávamos de ter um espaço para fomentar a cultura fotográfica e dar a conhecer as tecnologias da Fujifilm”. O objetivo “é criar uma comunidade fotográfica onde a marca seja prevalecente”. Dar a conhecer os equipamentos da Fujifilm e as mais valias face à concorrência são também aspectos que norteiam a academia. Certo é que as primeiras sessões formativas, publicitadas através das redes sociais e da base de dados dos clientes, esgotaram..De acordo com o responsável, a marca japonesa tem uma relação “muito próxima com o cliente final”. E a atenção à formação e à promoção da fotografia não é uma estratégia nova. A Fujifilm em Portugal tem apoiado vários fotógrafos, sejam profissionais ou amadores, e promove com regularidade concursos de fotografia. O World Press Photo tem a companhia japonesa como principal fornecedor e o Talentos Fnac também conta com o seu apoio..Nas instalações de Gaia, a Fujifilm Portugal tem um centro de reparações de câmaras fotográficas e objetivas digitais. É um serviço que chegou a Portugal após o Brexit. Em 2021, a Fujifilm decidiu retirar este negócio de Inglaterra e a equipa portuguesa ganhou mais uma atividade. Como explica João Coelho, a subsidiária candidatou-se a fazer este serviço porque “dá-nos corpo enquanto empresa, a operação portuguesa ganha maior peso na Europa e também competências técnicas. É uma forma de projetar a Fujifilm Portugal dentro do grupo”..O centro de reparações dá resposta a todos os países europeus e ainda a Israel e África do Sul. Segundo João Coelho, os técnicos recebem uma média de 1600 unidades (entre máquinas e objetivas) por mês. “Desde que o equipamento entra até que sai são quatro dias úteis”, assegura. Em Gaia, o grupo tem também uma área de reparação de equipamentos médicos, atividade que já se iniciou em 2015..Em Portugal, a Fujifilm tem a sua operação centrada nas áreas da imagem (impressão e equipamentos de fotografia), comunicação gráfica (impressão digital de grande formato) e saúde (soluções de Tomografia Axial Computorizada, Ressonância Magnética, Raios-X, Endoscopia, entre outras). A subsidiária portuguesa deverá fechar o exercício fiscal que termina em março de 2025 com um volume de vendas da ordem dos 52 milhões de euros.