Kinda tem nova loja em Lisboa e espera chegar aos 9 milhões de vendas

Marca de mobiliário e decoração do grupo Nuvi quer abrir uma loja ao ano, pelo menos, e o foco são as grandes cidades europeias, como Madrid e Barcelona, entre outras
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A Kinda, a marca de mobiliário e decoração do grupo Nuvi, da família de Luís Vicente, inaugura esta quinta-feira uma nova loja em Lisboa, a segunda no concelho e a quarta a nível nacional, num investimento de meio milhão de euros. Com vendas de sete milhões de euros em 2021 e objetivo de chegar aos nove milhões este ano, a marca prepara-se para dar o salto para o resto da Europa a partir de 2023.

"A nossa expansão será muito ditada pelas oportunidades que nos surjam. Estamos em scouting constante. O nosso plano é continuar a abrir pelo menos uma por ano nos grandes centros urbanos, portanto, agora estamos à procura da loja do ano que vem. Ainda não a encontramos, quando a encontrarmos dir-lhe-ei se será em Portugal, em Espanha ou noutro país europeu. Vai depender muito do que acharmos que é o melhor investimento na altura", avançou o CEO da Kinda, em entrevista ao Dinheiro Vivo.

"A Europa é um mercado comum, abrir em Lisboa, Madrid ou Barcelona não deve ser visto de forma diferente. Nós começamos pelo Porto e Lisboa, e agora vamos continuar o nosso caminho, muito ditado por onde encontrarmos a loja ideal", explica John Leitão. A expansão na Europa será feita com recurso a investimento próprio e não invalida novas aberturas em Portugal, embora este responsável recuse quantificar quantas lojas Kinda poderá o país comportar. "Por agora sei que ainda há mais espaço [em Portugal], mas só o tempo o dirá. Já temos presença em duas grandes cidades europeias, Porto e Lisboa, agora é tempo de abrir noutras", frisa.

A nova loja Kinda, que fica na Rua Maria Ulrich, em frente ao centro comercial das Amoreiras, é hoje oficialmente inaugurada, embora tenha já aberto ao público, em regime de soft opening, no sábado. São mil metros quadrados de área comercial que deram origem a 10 novos postos de trabalho, e que elevam para 110 o total de funcionários da marca em Portugal. Estará aberta das 10 às 20h00, de segunda a sábado.

A Kinda, então designada por Kinda Home, nasceu em 2013, com a abertura de lojas em Angola. Só em novembro de 2018 chega a Portugal, com a abertura de um espaço de sete mil metros quadrados na Estrada da Circunvalação, no Porto. Com a "alteração radical do contexto económico" que a pandemia acarretou, o grupo decidiu "reajustar" a sua estratégia, mudando o conceito de "one stop shop" para uma "loja curada". "Deixamos de ter a missão de ter tudo, para procurarmos apostar apenas naquilo em que podem mercar a diferença. E, por isso, deixamos de ter necessidade de lojas tão grandes", explica John Leitão.

A loja do Porto foi, assim, reduzida a metade, tendo alugado o restante espaço a uma insígnia de retalho alimentar que irá abrir antes do verão. "Isto torna o nosso polo comercial mais interessante, quase como um mini-centro comercial", defende, escusando-se a avançar qual será o supermercado que irá ali abrir.

Sobre a estratégia de expansão, a ideia da abertura de uma mega-loja em Alfragide, como chegou a estar previsto, está congelada. "Com a pandemia, as pessoas estão mais predispostas a andar na rua. Há um regresso às lojas de rua e isso levou-nos a apostar em pequenas lojas boutique, lojas únicas em localizações com história e personalidade e em peças de coleções ecléticas, mantendo preços acessíveis e competitivo", explica o CEO. São já três as que tem, entre a do Oeiras Parque, que abriu em 2019, a da Garagem Glória, na Avenida Augusto Aguiar, que abriu há um ano, e agora a das Amoreiras, e que funcionam numa lógica de complementaridade entre si, com ofertas diferentes entre si.

Com vendas de cinco milhões de euros em 2019, "longe do target que estava definido, o que motivou, também, a mudança de estratégia da marca", a Kinda aproveitou a pandemia para se transformar - com novo logotipo, nova gama de produtos e novo conceito -, mas, também, para procurar uma maior ligação à indústria portuguesa. Hoje, 20% dos produtos que tem em loja ostentam já a etiqueta "made in Portugal", em especial nos artigos de têxteis-lar em algodão, na cutelaria, sofás e alguma iluminação. As cozinhas e roupeiros à medida são também fabricados em Portugal. Além do que compra para vender em Portugal, a Kinda "gera já exportações aos seus fornecedores portugueses" para as suas lojas em Angola. O objetivo é continuar a reforçar essa ligação à indústria nacional.

Em 2020, e apesar de terem estado meio ano sem operar, fruto do confinamento e das medidas de contenção da pandemia, a Kinda manteve o seu volume de faturação nos cinco milhões. Em 2021 cresceu 40%, para os sete milhões de euros, e o objetivo, para este ano, é chegar aos nove milhões de euros.

A cinco anos, John Leitão admite que a marca espera ter já uma "presença mais estabelecida na Europa", ajudando a projetar lá fora o melhor que Portugal faz. "Queremos muito ocupar esse espaço e ir com esses mesmos parceiros lá para fora", sublinha.

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