
O resultado líquido da EDP subiu 14%, para 1083 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, anunciou esta quinta-feira o grupo liderado por Miguel Stilwell d'Andrade. O resultado líquido recorrente aumentou 7%, para 1095 milhões de euros, comparativamente com igual período de 2023.
De acordo com os números enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o lucro observado deveu-se ao "bom desempenho da atividade de redes de eletricidade no Brasil, assim como pela recuperação de produção hídrica no mercado ibérico, que mais do que compensaram os menores ganhos com rotação [leia-se venda] de ativos renováveis".
A operação de redes de eletricidade "representou 42% do resultado líquido consolidado, impactado positivamento pelo sucesso da Oferta Pública de Aquisição [OPA] sobre a EDP Brasil, concluída em julho de 2023".
Já a produção de energias renováveis aumentou 18%, sobretudo, diz a empresa, a energia hidrelétrica em Portugal (+66%) e eólica e solar nos EUA (+15%), o que compensou a queda dos preços grossistas de eletricidade na Europa e a forte redução da produção de eletricidade com base em combustíveis fósseis, "com as energias renováveis a representarem 97% da produção total de eletricidade nos primeiros nove meses de 2024, refletindo-se na redução de 73% nas emissões específicas de CO2".
"O foco da EDP na descarbonização permitiu reduzir as receitas de carvão para 0,1% e para menos de 2% as receitas provenientes de combustíveis fósseis, cumprindo integralmente com as melhores práticas de critérios de investimento sustentável", lê-se ainda.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) subiu 1%, para 3,879 mil milhões de euros, sendo que "a atividade consolidada de renováveis, clientes e gestão de energia registou uma redução de EBITDA de 2%", em termos homólogos.
A EDP continuou a investir na transição energética, com 96% dos €3,4MM de investimento dos primeiros nove meses de 2024 associados a
projetos de energias renováveis e ao reforço e expansão das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil.
Os custos operacionais caíram 2%, para 1,424 mil milhões de euros até setembro, com o grupo a registar um "contexto de expansão de atividade, refletindo o foco no aumento da eficiência".
"A EDP continuou a investir na transição energética, com 96% dos 3,4 mil milhões de euros de investimento dos primeiros nove meses de 2024, associados a
projetos de energias renováveis e ao reforço e expansão das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil", destacou o grupo no relatório de contas.
No final de setembro, a dívida líquida ascendia a 17,3 mil milhões de euros, "refletindo a aceleração do investimento em energias renováveis e redes de
eletricidade e o pagamento de dividendos".
"No seguimento deste desempenho nos primeiros nove meses de 2024, a EDP espera atingir em 2024 um EBITDA recorrente de cerca de 5
mil milhões, um resultado líquido recorrente de aproximadamente 1,3 mil milhões de euros, em linha com os objetivos financeiros apresentados em maio", lê-se também.