Mosteiro de Arouca renasce como hotel de luxo em 2023

Grupo hoteleiro vai investir 5,9 milhões de euros na recuperação do edifício datado do século XII. O objetivo é criar um resort de natureza.
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O grupo Mesquita de Sousa Hotels & Resorts vai investir 5,9 milhões de euros na transformação da ala sul do Mosteiro de Arouca num hotel de cinco estrelas, no âmbito da concessão por 50 anos da gestão e exploração do edifício que remonta ao século XII ao abrigo do programa Revive. O projeto contempla 56 quartos, spa, piscina interior e exterior, campo de padel, um restaurante de autor onde primará a gastronomia arouquense e conventual, entre outros espaços de recreação. A primeira pedra foi lançada esta semana e já no verão de 2023 deverá entrar em operação.

Pedro Mesquita de Sousa, CEO e principal acionista do grupo hoteleiro, quer tornar o já batizado MS Collection Mosteiro de Arouca "um resort de natureza e um projeto de referência nacional". Na sua opinião, o potencial do mosteiro "já era enorme antes da covid", quando ganharam o concurso para a concessão, e agora "ainda é mais interessante", dada crescente procura turística por locais do interior do país. O empresário adianta que irá criar na unidade mais de 50 postos de trabalho diretos e potenciar o emprego na comunidade local, nomeadamente através da aquisição de produtos regionais para fornecer o restaurante.

O projeto hoteleiro para o Mosteiro de Arouca vem somar-se a outros investimentos de vulto que o grupo MS tem a decorrer no país. Em Aveiro, Pedro Mesquita de Sousa está a reabilitar um palacete do século XIX, onde viveu a família paterna de Eça de Queiroz, uma obra orçada em seis milhões de euros. Como adianta, a unidade, que deverá abrir portas no verão do próximo ano, terá como tema o célebre escritor português (os quartos serão batizados com nomes das personagens dos livros de Eça) e será o segundo hotel de cinco estrelas do grupo, ostentando a marca MS Collection. O projeto contempla 40 quartos, piscinas, spa, sala de cinema e um restaurante de referência com porta aberta para a rua, num convite a todos os transeuntes.

Mas o grupo, que se iniciou na atividade turística em 2017, com a aquisição de um pequeno hotel em Braga, está apostado em criar uma rede no país. Como revela Pedro Mesquita de Sousa, esta semana iniciou-se a obra de recuperação de um edifício histórico no centro de Évora, que irá albergar uma unidade hoteleira de quatro estrelas, com 40 quartos. O investimento ascende a 4,5 milhões e deverá estar concluído em dois anos. Em execução e "entre devagar, devagarinho e parada", está a obra do estabelecimento hoteleiro de Lisboa. O projeto, com um custo de sete milhões, aguardou quase dois anos para obter licenciamento e, logo de seguida, enfrentou o período pandémico e a escassez de mão-de-obra, que se mantém. Apesar dessas vicissitudes, o gestor tem fortes expectativas quanto à rentabilidade da unidade, dada sua localização na Rua do Ouro.

Atualmente, o grupo tem dois hotéis em operação - Braga e Porto - e em stand by projetos para o Funchal e Guimarães. "O nosso objetivo é construir um projeto nacional e dispersar o investimento pelo território". Mesmo com a operação fortemente abalada pela covid - teve de recorrer às moratórias e ao lay off - mantém os projetos em curso. Como sublinha, "o hotel do Porto gerou uma boa faturação em 2019, bastam outros quatro anos iguais e o payback está garantido".

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