Este mês vai entrar em operação no país uma nova plataforma eletrónica de transporte de passageiros. Chama-se Pinker e distingue-se da concorrência por só aceitar motoristas do sexo feminino e estar exclusivamente ao serviço das mulheres. Uber e Bolt estão atentas ao novo operador e não descartam entrar neste segmento de mercado em Portugal..A Pinker já assegurou a inscrição de mais de mil motoristas na plataforma, revela Mónica Faneco, fundadora da empresa, que diz que a Pinker “é uma forma de proporcionar uma experiência mais segura e confortável para passageiras, ao mesmo tempo que cria novas oportunidades de emprego para motoristas do sexo feminino”..A Bolt já tem esta funcionalidade em operação em alguns mercados e admite que possa ser “apenas uma questão de tempo até chegar a Portugal”, adianta Mário de Morais, responsável de ride-hailing desta TVDE em Portugal. A Uber também “disponibiliza um serviço de viagens a pedido exclusivamente direcionado ao público feminino em alguns países”. Embora não revele se vai explorar este nicho em Portugal, fonte oficial da Uber lembra que a plataforma está “constantemente a avaliar o lançamento de soluções inovadoras e produtos”. E Portugal “é um mercado pioneiro no lançamento de diversos produtos e inovações”..As duas plataformas de TVDE garantem que os seus serviços de transporte de passageiros são seguros. De acordo com Mário de Morais, a Bolt prevê um investimento de 100 milhões de euros nos próximos três anos focado “somente na área da segurança”. O projeto vai ser aplicado em 18 dos países onde tem operação, entre os quais Portugal. Neste momento, a Bolt já fornece o que designa de “kit de ferramentas de segurança”. Segundo o responsável, inclui funcionalidades na aplicação como o unmatching (que permite não voltar a encontrar o motorista se classificado com uma estrela), a partilha de viagem (até com quem não tem a aplicação), e botão SOS que conecta o utilizador - motorista ou passageiro - com serviços de emergência..Por sua vez, a Uber salienta que os motoristas cumprem com os requisitos legais, têm licença, são titulares de autorização de residência quando aplicável e não têm antecedentes criminais. A Uber adianta ainda que verifica regularmente a identidade e credenciais na aplicação dos motoristas, “seja pela verificação de um conjunto vasto de documentação, seja através de tecnologia pioneira de reconhecimento facial”. Os utilizadores e motoristas têm ao “dispor um vasto leque de ferramentas e funcionalidades para garantir a sua segurança, antes, durante e depois da viagem”, diz. A Uber recomenda que qualquer comportamento ou aspeto que não pareça correto, deve ser reportado através da app. A comunicação “é imediatamente analisada por equipas especializadas, dedicadas a investigar os casos e a tomar as devidas diligências”, assegura a plataforma..Poucas queixas Segundo Mário de Morais, “os números de queixas relacionadas com questões de segurança, que podem ir desde condução perigosa a comportamentos menos próprios (tanto de passageiro como de motorista), são muito baixos, para ambos os géneros, dentro dos milhões de viagens” que a Bolt realiza anualmente. As queixas são acompanhadas pelo centro de apoio da operadora e, caso necessário, em colaboração com as autoridades competentes. A Uber lembra que as redes sociais chegaram a difundir alertas de raptos de mulheres por motoristas de origem asiática e magrebina, mas que se vieram a comprovar falsos. O mesmo sucedeu com histórias de violações..Foi em 2019 que Mónica Faneco teve a ideia de lançar a Pinker, após uma conversa entre amigas. O projeto inicial previa a criação de uma empresa de transfers e de eventos só para mulheres, explica a empresária. Entretanto, surgiu a covid e a ideia ficou em standby.