Estudo realizado por Sandra Loureiro, docente da ISCTE Business School, em conjunto com outros três professores norte-americanos, conclui que uma marca precisa de ser "rebelde" e fugir à norma para ser "cool"..As modas são passageiras, mas ser "cool" é um atributo tão importante hoje para uma marca como era há alguns anos atrás e continuará a sê-lo no futuro. Quem o diz é Sandra Loureiro, uma das investigadoras mais citadas no mundo, e que analisou durante dez anos o que torna um produto mais atrativo do que outro aos olhos do cliente..Tendo como base questionários direcionados a consumidores de várias áreas e países europeus, bem como entrevistas de CEO e criativos de marketing, a investigação chegou à conclusão que são diversos os fatores que contribuem para esta atratividade, como a originalidade, inovação, estética e exclusividade..Um MacBook da Apple, o perfume nº5 da Chanel ou uma mala Louis Vuitton são exemplos de produtos que conseguiram ser disruptivos e revolucionar o mercado, seja pela sua tecnologia avançada, imagem glamorosa ou autenticidade. Porém, Sandra Loureiro reforça que, ao contrário do que se possa pensar, não são só as marcas de luxo e de "high status" que são capazes de chegar ao expoente máximo da "coolness". "Algo tão simples como o papel higiénico da Renova preto, que todos podem comprar, pode ser "cool", explica..O estudo reconhece que os produtos utilitários e do dia-a-dia têm uma maior dificuldade em se diferenciar dos restantes, porém quando investem numa estratégia de marketing nunca antes feita, o impacto da mesma pode ser "absolutamente marcante e competitivo"..De acordo com o estudo, para saltar dum nicho de consumidores e mais tarde conquistar as massas, é fundamental que a marca estabeleça uma conexão com o consumidor, através de uma boa comunicação do seu sistema de identidade - "A marca tem de ter uma personalidade e partilhar os seus aspetos de vida e valores com o outro, como se de dois seres humanos se tratassem", adianta a investigadora portuguesa..Com esta publicação, o mercado ficou mais esclarecido quanto às práticas e dimensões que devem ser reforçadas ou melhoradas por parte das empresas, de forma a aumentarem o seu valor perante o consumidor e contribuir para a fidelização deste..Sandra Loureiro alerta ainda que o estudo começa a ganhar popularidade lá fora, enquanto é ainda pouco reconhecido pelas marcas portuguesas, estas que "tem um longo caminho por percorrer para serem competitivas", defende. - B.P.