Ombria. Como usar o turismo para dinamizar o interior do Algarve

A sustentabilidade forma a “base da pirâmide” de valores deste projeto turístico, dizem responsáveis. Além do ambiente, no seu radar está ainda o desenvolvimento local.
O Ombria Algarve ocupa pouco mais de 150 hectares em plena serra, junto a Loulé.
O Ombria Algarve ocupa pouco mais de 150 hectares em plena serra, junto a Loulé.FOTOS: D.R. / Ombria Algarve 
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“Criar um novo destino onde as pessoas se sentem bem, porque estão próximas da natureza e experienciam o Algarve autêntico”, foi a mais-valia que, na opinião de João Richard Costa, o projeto Ombria trouxe às terras algarvias. Situado no interior desta região, já nas faldas da Serra do Caldeirão e a poucos quilómetros de Loulé, o complexo turístico premium Ombria Algarve estende-se por cerca de 153 hectares e engloba vários conceitos - desde um hotel de 5 estrelas e Spa, a um campo de golfe, residências, villas, restaurantes, cafés e lojas. Para o diretor comercial do projeto, no entanto, além de tudo quanto o que o Ombria tem para oferecer, o mais relevante é o contributo que este também pode dar à região e a sua vertente sustentável. “A sustentabilidade é o nosso valor mais importante, é a base da pirâmide dos nossos valores”, garante João Richard Costa.

O Ombria Algarve está a ser desenvolvido por fases - até ao momento, apenas três foram lançadas: o campo de golfe, que abriu em abril de 2023, o Viceroy Hotel e respetivo spa, inaugurado no dia 1 de outubro deste ano, e um complexo de apartamentos.

“O hotel tem 141 unidades de alojamento das quais 76 são quartos do hotel e os restantes 65 são apartamentos T1 e T2 que são as as Viceroy Residences”, explica João Richard Costa. A estas, Duarte Gonçalves da Cunha, diretor do hotel de 5 estrelas da cadeia Viceroy chama branded residences: são apartamentos mobilados, que beneficiam de todos os serviços (amenities) do hotel.

João Richard Costa, diretor Comercial do Ombria Algarve. FOTO: D.R. / Ombria Algarve

Em fase de comercialização, com construção aprazada para breve noutro lote dos imensos 150ha do complexo, está já a Oriole Village - “Oriole, porque é o nome científico do pássaro Papa-Figos”, avança João Richard Costa. Aqui, explica o diretor comercial, o conceito será um pouco diferente: “São 83 moradias em banda, isoladas, que não vão estar integrados no hotel, mas cujo aluguer também vai ser gerido pela equipa do hotel.” Isto é, casas privadas de que os seus proprietários usufruem enquanto neles permanecem, mas cuja exploração cedem ao hotel quando estão ausentes.

Conceito diferente será o das Alcedo Villas, 12 moradias isoladas também a construir no futuro que essas sim serão 100% privadas ainda que situadas dentro do complexo Ombria - se forem alugadas, será o seu proprietário a fazê-lo, que pode também optar por mantê-las simplesmente fechadas quando delas não usufruir.

Ao todo o projeto implicará um investimento a rondar os 300 milhões de euros, dos quais apenas cerca de 100 milhões foram até ao momento concretizados, frisa o diretor comercial, que começa por sublinhar o envolvimento das várias entidade no terreno, “nomeadamente da CCDR  Algarve”. “Acreditou no projeto e ajudou-nos muito a obter o licenciamento necessário”, disse, mas não só.

Segundo dados do departamento financeiro do Ombria Algarve, os fundos do Algarve 2020 representaram mais de 3 milhões de euros no desenvolvimento do projeto e “ajudaram a alavancar o impacto de um investimento privado muito significativo realizado pelo promotor, refletindo-se no crescimento económico e social da região e na valorização do seu interior”.

Mais: futuramente, os responsáveis do projetos irão estar “muito atentos ao Algarve 2030, dado que a sustentabilidade é um dos pilares que definem o Ombria Resort”, foi transmitido ao DV e explicado porquê. “Localizado no interior algarvio, o projeto contribui para a fixação de pessoas fora das zonas costeiras, promovendo o desenvolvimento da economia regional e um turismo mais equilibrado e menos sazonal. Este compromisso reflete-se também na adoção de soluções inovadoras, como a utilização de energia geotérmica e edifícios de consumo quase nulo, que reforçam a nossa aposta num futuro mais sustentável. Neste contexto, continuaremos a acompanhar todas as iniciativas do Algarve 2030 que possam consolidar e ampliar os impactos positivos do projeto.”

Duarte Gonçalves da Cunha, diretor do Vicerroy Hotel, no Ombria Algarve. FOTO: D.R. / Ombria Algarve

Isto mesmo já antes tinha sido salientado por João Richard Costa, para quem a sustentabilidade, na política da empresa passa por três polos principais: criação de emprego, promoção da economia local e contribuição para a redução da sazonalidade; a arquitetura bioclimática utilizada no desenho dos edifícios, no recurso às energias renováveis, nomeadamente à  geotérmica e solar já instaladas, e uso de materiais de construção o mais locais possível; e, por fim,  a proteção e promoção da biodiversidade e cultura locais.

“Tudo o que temos aqui dentro do resort que era antigo, estamos a tentar aproveitar e produzir - coisas como fornos de cal, noras, levadas e esse tipo de coisas que estavam abandonadas e que nós recuperámos”, diz João Richard Costa, referindo também as muitas árvores autóctones que foram preservadas e cujo número foi mais do que duplicado.

Duarte Gonçalves da Cunha enaltece as oliveiras, medronheiros, romãzeiras e alfarrobeiras do resort, cujos produtos são usados no hotel e lojas do complexo, referindo ainda as muitas parcerias já firmadas e outras  a darem os primeiros passos com produtores locais. “Há aqui muitas sinergias a começarem, não queremos apenas estar aqui, portanto queremos fazer parte e queremos ter a certeza que acrescentamos valor às pessoas que vivem cá” disse.

Consulte a lista das operações aprovadas em www.algarve.portugal2030.pt

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