Três fundos recebem 90 milhões para mais do que quadruplicar valor para startups

Governo associou-se ao Fundo Europeu de Investimento na Web Summit para anunciar verbas para três fundos de investimento de capital de risco nacionais. Investimento deverá mais de 400 milhões de euros para o ecossistema empreendedor europeu.
Foto: José Sena Goulão/Lusa
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Os fundos de capital de risco de origem portuguesa Armilar, Faber e 33N, vão receber 90 milhões de euros do Fundo Europeu de Investimento (FEI), anunciou na segunda-feira na Web Summit Marjut Falkstedt, que preside ao organismo da União Europeia que, em teoria, serve para apoiar pequenas e médias empresas e que é controlado pelo Banco Europeu de Investimento.

Acompanhada pelo ministro português da Economia, Pedro Reis, e por António Vicente, chefe de representação adjunto da Comissão Europeia em Portugal, a gestora finlandesa explicou que os referidos fundos de capital de risco foram selecionados no ambito de um concurso, havendo a expectativa de que, “em última análise, os três fundos vão gerar mais de 400 milhões de euros para o ecossistema europeu de capital de risco para acelerar o crescimento de startups [empresas de rápido crescimento]”.

O objetivo é estimular a inovação em áreas como a inteligência artificial, cibersegurança e processamento de informação em modelos de machine-learning.

ParaMarjut Falkstedt, são os fundos como os três que serão apoiados que “fazem as mudanças sobre que tipo de tecnologia, de serviço, aplicação ou inovação é que são importantes”. “ [Os fundos de capital de risco] são os agentes de mudança”, realçou.

Considerando “estratégico” o papel do FEI junto do ecossistema empreendedor europeu, o ministro da Economia defendeu que ações deste tipo “impulsionam o crescimento sustentável” do país, assumindo que a “geração de riqueza tem, no final do dia, impacto nas comunidades”.

Pedro Reis assinalou que os fundos de capital de risco são “também um motor de transformação” e que estes investimentos permitem aos projetos “crescer por si próprios, eliminar barreiras e deixá-los respirar, crescer e investir”.

António Vicente, por sua vez, relembrou a importância destas iniciativas para a União Europeia “fechar” o gap tecnológico que existe face à Ásia e América do Norte.

O FEI já tinha desenvolvido projetos de investimento com a Armilar e com a Faber - “velhos e bons parceiros”, segundo a presidente do FEi -, mas com a 33N é a primeira vez. Os três fundos fazem parte de um lote de 40 fundos de capital de risco que o FEI apoia em 2024, de um total mais de 300 candidatos analisados.

A Armilar é um fundo de investimento com 24 anos de atividade. No portefólio conta com participações nos “unicórnios” - empresas avaliadas em mil milhões de euros - Feedzai e OutSystems, bem como nas startups Reckon.ai e Codacy, que já estiveram em destaque em edições anteriores da Web Summit.

A Faber existe desde 2013 e é liderada por Alexandre Barbosa. No portefólio constam a Emotai e Smartex, que também já estiveram em destaque na Web Summit, e a Unbabel.

Já a 33N foi criada em 2022, é liderada por Carlos Alberto Silva e Carlos Moreira da Silva, e tem no portefólio investimentos em startups como Panorays ou MedUX.

De acordo com dados da Startup Portugal, disponíveis na plataforma dealroom, os fundos de investimento de capital de risco já investiram este ano 350 milhões de euros em startups lusas.

“O nosso otimismo em relação ao futuro do ecossistema português continua inabalável. Portugal continua a gerar uma multiplicidade de startups e scaleups que não só competem a nível global, como também atraem talentos internacionais de topo e asseguram investimentos substanciais de capital de risco”, lê-se num relatório da Armilar sobre o ecossistema empreendedor nacional relativo ao ano de 2023.

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