Well's abre 20 lojas este ano, aposta na beleza e acelera no digital

João Cília, diretor-geral da Well's, acredita que as vendas online possam vir a representar até 15% do volume de negócios da cadeia da Sonae MC, em quatro/cinco anos.
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A Well's quer abrir 20 lojas, num investimento até 7 milhões de euros, num ano em que a cadeia da Sonae MC aposta numa nova área de negócio, a perfumaria seletiva, e avança em maio com uma loja autónoma no digital. "Acreditamos que, no espaço de quatro a cinco anos, o online na Well's tenha um peso superior a 10%, podemos até falar de 15% no negócio total da Well's. Se falarmos de perfumaria será superior, entre 30 a 35%, no mínimo", avança João Cília, diretor-geral da Well's, ao Dinheiro Vivo. A cadeia aponta fechar o ano com 200 milhões de euros de faturação, uma subida face aos 190 milhões do ano passado.

A compra da cadeia espanhola de perfumarias Arenal pela Sonae deu o impulso para a aposta da nova área de negócio que a Well's está agora a avançar: a perfumaria seletiva, com oferta de perfumaria, maquilhagem e cosmética. A primeira loja com o novo conceito abriu na semana passada no Shopping 8ª Avenida, em São João da Madeira.

"Vamos lançar mais duas em junho, uma em Lisboa e outra em Braga. Em que o conceito é quase a duplicação do espaço das lojas atuais da Well's para incorporar este novo conceito de perfumaria e beleza", refere o responsável da cadeia.

Três de 10 que a insígnia pretende ter este ano no mercado, para atingir um total de 40 em quatro/cinco anos pelo país.

"Estamos a falar de cerca de 30 expansões (da dimensão) das lojas atuais de forma a agregar este novo ambiente de loja", diz. "Depois nos shoppings vamos abrir novas lojas Well's, juntando a parafarmácia a este mundo da beleza, em novas localizações e de raiz. Lojas de 400-500 metros quadrados nos melhores shoppings do país", explica.

20 novas lojas

Em quatro anos, a companhia conta alocar a esta expansão, mas também na marca como um todo, 50 milhões de euros, Este ano, só lojas Well's a Sonae MC conta abrir 20, o mesmo número do ano passado, a somar às 284 lojas com que a cadeia fechou a rede o ano passado.

"As aberturas de lojas Well's para este ano são 20, mas sem este novo conceito. As que estamos a fazer neste momento são aberturas que acompanham a expansão do Continente para zonas de mais proximidade, que não têm a dimensão que acreditamos necessária para incorporar esta expansão deste novo conceito negócio", refere João Cília.

As 20 novas Well's irão ter apenas a parafarmácia e ótica, negócio que tem vindo a crescer e já conta com quatro Well's dedicadas. E mais se juntam este ano. "Vamos abrir duas lojas só de ótica até ao verão", diz. "Já somos o segundo maior operador em Portugal. Empregamos 130 a 140 optometristas. Será uma expansão física, mas orgânica não por aquisição", garante.

Para o novo conceito, a empresa está já a "recrutar equipa do setor (de beleza) e desenvolvemos plano de formação para os outros colaboradores de loja. Vamos um make up e skin bar neste novo conceito onde este novo serviço é dado", diz o diretor-geral.

Contratações que, a juntar às necessárias para novas lojas Well's, eleva para total de 170 o número de pessoas que deverão ser recrutadas este ano, a acrescentar aos mais de 2 mil que fazem parte da equipa Well's.

Aposta no online

João Cília não adianta metas para a expansão da rede total Well's nos próximos quatro-cinco anos. "Vai depender bastante de como evoluir o Continente. Ainda há espaço, no centro de Lisboa, do Porto, para a Well's, mas o ritmo dessa expansão e o valor da mesma vai depender do ritmo de expansão do Continente", ressalva.

Mas na perfumaria seletiva o objetivo é ter cerca de quatro dezenas lojas com este conceito nesse período. Criar uma marca independente, à semelhança do que a Sonae MC fez com a Dr. Well's, não esteve em cima da mesa. "Hoje em dia na Well's já somos quem mais vende dermocosmética em Portugal. Já temos cerca de 30% do mercado. É natural para o cliente que depois já tenha beleza e a cosmética mais seletiva dentro da mesma marca, da mesma umbrella. Torna-se natural este movimento dentro da mesma marca", justifica.

Com esta decisão a cadeia quer garantir uma fatia relevante num mercado que vale cerca de 300 milhões e, para isso, está a apostar igualmente numa loja online autónoma do Continente, que deverá arrancar ainda em maio. Para as entregas em casa, "vamos manter parceria com a Uber Eats e com a Glovo", iniciada durante o eclodir da pandemia.

"O mercado da Beleza está rapidamente a ir para o online, muitas vezes para operadores internacionais. Por isso, é tão importante para nós lançar esta loja online, porque acreditamos que só vamos conseguir a liderança de mercado com o canal online", refere o diretor-geral da Well's.

"Vamos fazer um investimento muito forte ao nível de marca e de ecommerce para conseguir ter uma posição muito relevante. Tranquilamente, 30 a 35% do mercado vai ser online no espaço de quatro anos em Portugal", afirma.

E explica porquê. "Vamos ser muito competitivos a nível de preço, acreditamos que a nossa quota no online será até superior à que teremos no offline", diz. Além disso, "colocamos ao dispor dos nossos clientes 285 lojas onde podem trocar os produtos, pedir para levantar, toda esta omnicanalidade que a Well's pode trazer os players internacionais não, pois não têm cá loja", reforça.

João Cília acredita no potencial do digital. "O ano passado o crescimento foi muito grande mas partíamos de uma base bastante pequena. Acreditamos é que no espaço de quatro a cinco anos o online na Well's tenha um peso superior a 10%, podemos até falar de 15% do peso do online do negócio total da Well's. Se falarmos de perfumaria será superior, entre 30 a 35%, no mínimo", diz.

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