Na próxima quinta-feira, a TAP deverá realizar pouco mais de 80 dos 260 voos que por norma opera diariamente. A operação será fortemente impactada pela greve geral marcada para dia 11 de dezembro – a primeira desta década – mas o presidente-executivo da companhia aérea mostra-se tranquilo. Num encontro com jornalistas esta terça-feira, em Lisboa, o CEO da TAP afirmou que não está “preocupado com quanto vai custar a greve” e garante que “a equipa de apoio ao cliente trabalhou incansavelmente” para garantir que os passageiros seriam o menos impactados possível pelos constrangimentos que se adivinham.“Estamos preocupados em garantir que a operação ocorra da melhor maneira possível, e que os passageiros não chegam ao aeroporto para descobrir que têm o seu voo cancelado".Com serviços mínimos garantidos, as equipas da empresa passaram os últimos dias a rearrumar passageiros em voos alternativos, nos dias antes ou após a greve. “As pessoas querem chegar aos seus destinos. Na generalidade não lhes faz muita diferença ir um dia antes ou um dia depois”, adiantou ainda.Na mesma ocasião, Luís Rodrigues mostrou-se otimista em relação ao processo de privatização da companhia, que deverá estar terminado em breve. “Tivemos, em 2012, uma primeira tentativa de privatização que nem chegou a sê-lo; depois, um processo de privatização, entre 2016 e 2019, e que acabou como todos sabemos e agora temos três dos principais grupos europeus a olhar…”, diz em jeito de justificação.E elencou ainda as três principais razões pelas quais acredita que a TAP é uma boa aposta para qualquer comprador: “O posicionamento que tem no mercado sul-americano, sobretudo no Brasil; a qualidade da manutenção – como, aliás, ficou provado recentemente no caso do que aconteceu com os Airbus; e a qualidade das pessoas que temos connosco a trabalhar”.Adeus, catering e handling?Durante o mesmo encontro, Luís Rodrigues adiantou que ainda pode estar em cima da mesa a alienação das participações que detém na Cateringpor e na Menzies. Apesar de o prazo para executar o plano da reestruturação da empresa estar a terminar – acaba no final de 2025 – Luís Rodrigues diz que nada impede que se inicie o processo “e que ele seja terminado em 2026”.A hipótese foi alvitrada depois de ser questionado pelos jornalistas sobre que ativos gostaria de ver privatizados. Sublinhando que o perímetro da privatização foi definido pelo Executivo – não incluindo a Cateringpor nem a participação na Menzies –, Rodrigues lembrou, no entanto, que a alienação destes ativos foi uma das condições impostas na negociação com a Comissão Europeia, estando atualmente inscrita no plano de reestruturação.O gestor justificou, no entanto, o atual cenário, com o facto de que “não havia condições para fazer tudo ao mesmo tempo”. Recorde-se que a TAP é acionista maioritária da Cateringpor, com uma participação de 51%.Já no caso da Menzies, antiga Groundforce, a empresa passou por um processo de recuperação judicial, que culminou com o grupo Menzies a assegurar a maioria do capital. Agora a empresa poderá vir a perder o seu grande ativo: a licença para operar no aeroporto de Lisboa. Questionado ainda sobre se a TAP assegurará o handling no caso de este cenário se efetivar, o gestor é perentório: “não estamos a equacionar isso de momento”.O fim do plano de reestruturação da TAP, bem como a avaliação do cumprimento das metas vai, entretanto, ser avaliado pela Comissão Europeia num processo que envolve interações com o Estado português, e que acontecerá durante os próximos meses. Em paralelo, os candidatos à privatização da TAP vão avaliar a empresa e apresentar propostas em conformidade. .Sindicato recorre ao tribunal para impugnar concurso do ‘handling’