O antigo presidente-executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, foi hoje constituído arguido no âmbito da Operação Picoas, segundo avançou hoje a SIC Notícias.A Operação Picoas, desencadeada há dois anos, investiga alegadas práticas de corrupção na contratação de serviços pela maior operadora de telecomunicações nacional, que é dona do MEO.Alexandre Fonseca foi CEO da Altice Portugal até 2022 e Co-CEO da Altice Internacional até julho de 2023, altura em que cessou funções, após as notícias sobre a Operação Picoas. Na altura, Alexandre Fonseca foi investigado, mas não chegou a ser constituído arguido e sempre negou ter conhecimento de qualquer irregularidade. Em janeiro do ano seguinte, chegou a acordo com a Altice para deixar o grupo.Esta investigação judicial investiga um alegado esquema de corrupção montado para beneficiar empresas detidas pelos empresários Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes. Armando Pereira, que residiu durante décadas em França, foi co-fundador do grupo Altice, juntamente com o empresário Patrick Drahi. Segundo as autoridades, ambos terão conseguido importantes contratos de fornecimento de bens e serviços à Altice Portugal, que alegadamente terão lesado a operadora em centenas de milhões de euros. Após o rebentar do escândalo, Drahi anunciou uma investigação interna e garantiu que a Altice iria cortar todas as relações comerciais com Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes, que foram detidos e constituídos arguidos. Na altura, o empresário francês revelou numa teleconferência com analistas que, embora já não seja acionista, Armando Pereira ainda detém um "interesse económico" correspondente a 20% da participação do próprio Drahi. Até ao momento, não foi possível obter esclarecimentos de Alexandre Fonseca.