Criada em Portugal em 2021, a startup OSCAR nasceu com uma missão ambiciosa: acabar com a frustração de quem precisa de serviços rápidos e fiáveis para a casa, da reparação à limpeza, da lavandaria à jardinagem. “Era uma indústria pouco transparente e pouco profissional. Havia muita gente a ser surpreendida com preços inesperados e técnicos que nem sempre apareciam. A nossa proposta foi trazer simplicidade, transparência e profissionalismo”, resume João Marques, o CEO da OSCAR nascido em Tomar e hoje em Londres, em entrevista ao DV.Com quatro anos de atuação, a OSCAR cresceu rapidamente: depois de uma expansão para Espanha, chegou a capital de Inglaterra no passado mês de maio, onde lançou mais de 150 serviços em apenas um mês e ganhou destaque com uma campanha premiada internacionalmente.Com um sistema baseado em tarefas a preço fixo, a plataforma permite que qualquer pessoa, em poucos cliques, aceda a mais de 200 serviços em 12 categorias diferentes, com a promessa de resposta em 30 minutos. A fórmula revelou-se certeira: desde o lançamento, a OSCAR soma cerca de 350 mil serviços prestados, 120 mil utilizadores únicos e mais de 700 mil contas registadas.Em 2023, a startup fechou uma ronda de investimento pré-série A no valor de seis milhões de euros, co-liderada pela Indico Capital Partners e Lince Capital, com o apoio de nomes fortes do ecossistema europeu como a Failup Ventures, Boost Capital Partners e fundadores da Bolt e da Wolt. Com este reforço, o investimento total captado ultrapassa os 12 milhões de euros - capital que alimenta o ritmo acelerado de expansão.“Estarmos associados a eles [Bolt e Wolt] e a essa partilha de conhecimento, juntamente com o apoio dos nossos investidores, fez-nos aprender bastante mais rápido. Vamos sempre cometer erros - temos que os cometer para aprender - mas conseguimos evitar alguns que podiam ser muito dispendiosos e que também poderiam levar muito tempo a resolver", relembra Marques.Só no primeiro semestre de 2025, a empresa duplicou o volume transacionado na aplicação e registou um crescimento de 100% na facturação face ao ano anterior. Em Portugal e Espanha, onde já está presente em 10 e 20 cidades, respetivamente, o crescimento mensal ronda os 40%.Para Marques, a entrada em Londres é, simultaneamente, ponto de chegada e de partida. Ponto de chegada de um ciclo de aprendizagem iniciado em Lisboa e Madrid - em Espanha chegaram a abrir três cidades por semana -, mas também ponto de partida para a consolidação de um modelo testado agora num dos mercados mais concorridos da Europa. “O apoio dos investidores, a partilha de experiências com essas outras startups e o trabalho feito em Espanha nos ajudaram a preparar um playbook de expansão. Abrir num país não é carregar num botão. É preciso estar no terreno, garantir os melhores técnicos locais, montar uma operação de confiança”, explica o fundador.Apesar da concorrência e do custo elevado, João acredita que Londres oferece uma abertura rara que não pôde ver no vizinho português da Península Ibérica. “Senti mais dificuldade em Madrid. Em Londres, 40% da população é imigrante e há uma maior abertura à experimentação. Em Espanha, se você não fala um espanhol perfeito, por vezes esse é um fator determinante para não fechar determinada parceria”, lamenta.A receptividade rápida em Inglaterra permitiu, em apenas um mês, lançar a mencionada operação com mais de 150 serviços ativos e uma campanha publicitária OOH que rendeu duas menções na Ads of the World, plataforma global de referência na área do marketing.No centro do crescimento da OSCAR está uma equipa distribuída por três países - mais de 50 pessoas: uma grande responsabilidade, especialmente para um jovem de 30 anos que vai na prática aprendendo a gerir uma empresa.A juventude do CEO, no entanto, não impediu que liderasse, desde Tomar, um projeto com ambição europeia. Para isso, Marques vive um dia de cada vez. “Se eu tivesse tentado planejar tudo desde o início, provavelmente teria desistido. Aprende-se no dia-a-dia, com as pessoas da equipa. E temos sempre de crescer as nossas habilidades à medida que a empresa cresce. Até porque ela está a crescer mais depressa do que eu", brinca.No horizonte próximo, o foco continua a ser a expansão da startup, com um plano a longo prazo que se mantém intacto: fazer da OSCAR a principal referência de serviço à domicílio na Europa. Até lá, a pergunta sobre o nome da app feita por este repórter continuará a ser uma das mais frequentes - e a mais fácil de responder para João Marques. “Queríamos um nome próprio e um nome que despertasse curiosidade, e isso é algo que resulta: somos muitas vezes questionados a respeito. Além disso, queria um nome que funcionasse em todas as línguas - coisa que não é fácil de encontrar - e que as pessoas pudessem dizer: ‘vou chamar o Oscar’. Também tem resultado: quando é preciso resolver um problema em casa, o OSCAR vai lá”, finaliza o jovem empreendedor..Vinho: Produção deve cair 11%, com preços estáveis.Lucros da EDP caem 7% no primeiro semestre, para 709 milhões