A Delta Air Lines está animada com a entrada da Air France-KLM na corrida à compra da TAP. A companhia aérea norte-americana, que opera em Portugal há oito anos, trabalha em codeshare com a franco-holandesa e assume como positiva a possível compra da TAP por parte da parceira.“Vemos essa aquisição como uma mais-valia para a rede da aliança. Portugal é um mercado importante para a Delta e para os seus parceiros de joint venture Air France -KLM, sendo um mercado no qual todos dispomos de uma oferta sólida e competitiva. Continuamos a monitorizar o panorama competitivo em todos os mercados onde operamos”, refere ao DN António Herrero, diretor de estratégia corporate da Delta Air Lines.Recorde-se que a Air France-KLM foi um dos três grupos, além da IAG e da Lufthansa, a formalizar o interesse na compra de 44,9% do capital da transportadora aérea portuguesa, no passado dia 18.O responsável da Delta Air Lines destaca que Portugal é um mercado-chave para clientes tanto do segmento de negócios como de lazer. “É um dos destinos mais populares para viajantes dos Estados Unidos e a procura dos portugueses para para este país continua a crescer. Portugal destaca-se pela sua forte atratividade junto de turistas e expatriados norte-americanos e por ser um mercado no qual planeamos continuar a investir”, garante.A companhia norte-americana centenária, que opera atualmente 14 voos semanais com uma oferta de 562 lugares diários entre Lisboa e Nova Iorque-JFK e Boston, transportou 1,3 milhões de passageiros desde 2017 entre os dois países. “Estes voos diretos permitiram que um número crescente de clientes portugueses se conectassem a uma vasta rede de destinos nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, os voos da Delta para a capital portuguesa também permitiram que os clientes norte-americanos de lazer e negócios não só explorassem a rica história e património do país como reforçassem ligações comerciais e apoiassem a indústria turística local”, aponta. .Operação transatlântica histórica.O verão fez-se de recordes com a Delta a realizar a sua maior operação transatlântica de sempre, oferecendo mais de 670 voos semanais e ligações de 11 cidades norte-americanas para 27 destinos europeus, incluindo Portugal. “Antecipamos um 2025 mais forte do que 2024. Neste contexto, destacamos a introdução, em março, do novíssimo e avançado Airbus A330-900neo na operação de verão de 2025 em ambas as rotas em Portugal, o que representou um aumento significativo da capacidade na ordem dos 30%”, sublinha António Herrero. A partir do próximo ano, a Delta Air Lines irá estrear o primeiro voo diário direto para o Porto. A ligação entre a Invicta e o aeroporto JFK, em Nova Iorque, arranca a 21 de maio. “Até agora, graças à nossa parceria transatlântica, os nossos clientes têm podido chegar ao Porto e arredores através de voos em codeshare operados pelos nossos parceiros KLM, a partir de Amesterdão, e Air France, a partir de Paris-CDG. O novo voo direto faz parte da expansão mais ampla da Delta no Atlântico e refletindo o compromisso da companhia em oferecer mais destinos, mais voos e experiências superiores”, frisa. O regresso aos Açores, onde a transportadora norte-americana operou um voo sazonal entre 2018 e 2019, não está, para já, em cima da mesa. “Não se encontra no nosso plano neste momento. Continuamos, naturalmente, a monitorizar o panorama competitivo em todos os mercados onde operamos e estamos sempre a avaliar novas oportunidades com base na procura, conectividade e adequação estratégica”, explica o porta-voz.Questionado sobre os constrangimentos na Portela, Herrero afiança que não têm impactado a operação. “Embora compreendamos os desafios enfrentados pela Vinci no aeroporto de Lisboa, que serve um dos destinos mais procurados a nível mundial, a Delta tem sempre conseguido obter os slots de que necessita e está satisfeita com o seu horário de voos e com os serviços diretos entre Portugal e os Estados Unidos. Do mesmo modo, mantemos uma excelente e duradoura relação com a ANA/Vinci Airports”, refere. Já sobre o futuro aeroporto em Alcochete diz acompanhar o dossier “com interesse”.*A jornalista viajou para Madrid a convite da Delta Air Lines.Air France/KLM oficializou interesse na compra da TAP .Dona da Iberia entra formalmente na corrida à compra da TAP .Lufthansa formaliza interesse na privatização da TAP a dois dias do fim do prazo