A economia portuguesa apresentou um excedente externo de 6.731 milhões de euros até setembro, menos 1.500 milhões do que no período homólogo, o equivalente a 3,0% do PIB, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, 19, pelo banco central, o excedente das balanças corrente e de capital representou 3,0% do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado até ao final do terceiro trimestre de 2025.A redução do excedente externo até setembro resultou, sobretudo, do aumento de 3.600 milhões de euros do défice da balança de bens, decorrente do aumento das importações (+3.200 milhões de euros) e da diminuição das exportações (-350 milhões de euros).Para esta variação contribuiu ainda a diminuição, de 422 milhões de euros, do excedente da balança de rendimento secundário, explicada sobretudo pelo aumento da contribuição financeira de Portugal para a União Europeia, e o acréscimo, de 1.500 milhões de euros, do excedente da balança de serviços, justificado maioritariamente pela melhoria do saldo das viagens e turismo (+1.000 milhões de euros).O BdP indica ainda que, até setembro, a capacidade de financiamento da economia portuguesa se traduziu num saldo positivo da balança financeira de 6.900 milhões de euros.Segundo o regulador, as instituições financeiras não monetárias, exceto sociedades de seguros e fundos de pensões, foram o setor que mais contribuiu para este saldo, sobretudo pela redução de passivos em capital e pelo aumento de ativos de títulos de dívida por não residentes.Também os bancos, seguradoras e fundos de pensões contribuíram positivamente, principalmente pelo aumento de ativos líquidos em títulos de dívida emitidos por não residentes.Pelo contrário, o banco central registou a maior redução de ativos líquidos sobre o exterior, devido ao aumento dos passivos na forma de depósitos.Em setembro, o excedente externo de 1.100 milhões de euros da economia portuguesa compara com um excedente de 1.000 milhões de euros no mesmo mês do ano anterior.Para este aumento o BdP diz ter contribuído o crescimento, de 328 milhões de euros, do excedente da balança de capital, em resultado do aumento das vendas de licenças de carbono e da subida dos fundos europeus recebidos sob a forma de ajudas ao investimento.Na base do maior excedente de setembro esteve ainda o crescimento, de 187 milhões de euros, do excedente da balança de serviços, decorrente da redução das importações de serviços de manutenção e reparação, assim como do aumento das exportações de viagens e turismo, e o decréscimo, de 508 milhões de euros, do saldo da balança de bens, devido a um aumento das importações (+781 milhões de euros) superior ao das exportações (+273 milhões de euros)..Excedente externo da economia portuguesa desce para mais de cinco mil milhões até agosto