Hoti Hotéis soma receitas recorde de 120 milhões e aposta no imobiliário de olhos postos na capital

Grupo português acaba de anunciar a entrada no segmento residencial em Aveiro e tem já mais projetos a calha. O Porto será a próxima geografia e Lisboa também está nos planos.
Hoti Hotéis soma receitas recorde de 120 milhões e aposta no imobiliário de olhos postos na capital
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A menos de dois meses de encerrar o ano, as contas da Hoti Hotéis não deixam margem para dúvidas: 2025 fez-se de recordes. O grupo hoteleiro português atingiu resultados históricos, com receitas de 120 milhões de euros, o que representa um salto de 7,9% face a 2024. É uma “evolução significativa”, assume ao DN o CEO do grupo, Miguel Proença, e que se fez, sobretudo, à boleia do aumento dos preços por noite, o que permitiu compensar o ritmo mais lento na evolução das taxas de ocupação das unidades.

Com um portefólio composto por 20 hotéis em Portugal e um em Moçambique, a operação apresentou idiossincrasias nas várias geografias do país, com o Norte a desacelerar e o arquipélago madeirense a ganhar fôlego.

A Madeira tem mantido um excelente comportamento, o que está a ajudar ao ritmo da evolução e a compensar outros destinos cuja performance se mantém baixa, entre os quais se destaca o Porto. A situação atual do aeroporto de Lisboa está a ter um impacto relevante na atividade turística da cidade e os nossos hotéis não são exceção, especialmente no caso do Parque das Nações”, explica o gestor.

Miguel Proença refere que o negócio na capital, onde o grupo gere quatro unidades - duas junto ao aeroporto e duas no Oriente - é o que apresenta maiores desafios devido aos constrangimentos na Portela. “Estamos a sentir os impactos e os indicadores são já preocupantes. Há uma elevada probabilidade de que a continuidade dos problemas no aeroporto contagiem todas as operações da região da Grande Lisboa”, aponta.

No capítulo dos investimentos, a Hoti Hotéis inaugurou, recentemente, o Meliá São João da Madeira. O CEO do grupo explica que as dificuldades no setor da construção acabaram por atrasar o calendário da abertura do quatro estrelas, nascido da reconversão do histórico Palacete dos Condes Dias Garcia, e que este acabou por entrar em operação já no final do verão, falhando o prazo inicial definido, que era junho.

Em curso encontram-se os trabalhos dos futuros hotéis Innside Porto Centro e do Meliá Viana do Castelo. Já no que respeita a remodelações, depois de concluída a renovação do Tryp Lisboa Caparica, o grupo está agora a proceder à atualização do Madeira Golden Residence, no Funchal, e do Meliá Aveiro Ria. No início do ano, a Hoti Hotéis traçou um plano de investimentos no valor de 300 milhões de euros para a abertura de 12 unidades até 2028.

Aveiro e Porto marcam estreia no imobiliário. Lisboa está "no horizonte"

O desejo de expandir a operação para o mercado residencial foi anunciado em 2022, mas só agora se começou a materializar. Na semana passada, o grupo anunciou a estreia no setor imobiliário com um investimento de 80 milhões de euros no projeto Golden Ria, um complexo de uso misto em Aveiro que conjuga o segmento residencial e hoteleiro e cuja construção deverá arrancar em 2028.

“A escolha de Aveiro surge de forma natural, tendo em conta a presença consolidada do grupo na cidade, através do Meliá Ria Hotel & Spa, localizado em frente ao terreno onde se desenvolverá o Golden Ria. A proximidade a uma unidade hoteleira já existente e ao Centro Cultural e de Congressos constitui uma vantagem estratégica, permitindo explorar sinergias operacionais, captar procura turística e de negócios e articular de forma eficiente as componentes hoteleira e residencial”, justifica Miguel Proença.

A estratégia para a nova área de negócio passa também pelo Porto, com a construção, no próximo ano, de um empreendimento na Avenida da Boavista com 128 apartamentos. O grupo hoteleiro português atesta que estes dois projetos irão absorver o foco nos próximos três anos, mas admite que a aposta em Lisboa está também “no horizonte”.

Com uma operação no segmento hoteleiro consolidada há quase meia centena de anos, colocar fichas num novo modelo de negócio abre portas a mais oportunidades. “O desenvolvimento de complexos residenciais com oferta de serviços hoteleiros permite à Hoti Hotéis diversificar as suas fontes de receita, capturar valor acrescentado face aos projetos residenciais convencionais e capitalizar a proximidade física a unidades hoteleiras, beneficiando da experiência operacional do grupo. Este modelo de negócio oferece ainda uma resposta relevante à escassez de habitação em várias localizações, enquanto assegura uma utilização mais eficiente dos terrenos e dos investimentos”, conclui.

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Grupo Hoti Hoteis entra no setor imobiliário com investimento de 80 milhões em Aveiro

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