McKinsey diz que PIB português tem potencial para duplicar até 2040 com investimentos em IA

A consultora aponta que, “desta forma, o país poderá inverter o crescimento anémico das últimas décadas e voltar a convergir com a média europeia”.
McKinsey diz que PIB português tem potencial para duplicar até 2040 com investimentos em IA
D.R.
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A riqueza global chegou a inéditos 600 biliões de dólares em 2025, revela um estudo do McKinsey Global Institute. Este crescimento, no entanto, vem acompanhado de preocupações significativas, uma vez que para cada dólar investido foram gerados dois de dívida, criando um desequilíbrio que pode impactar negativamente o crescimento futuro.

No caso português, a McKinsey destaca que o país tem a oportunidade de duplicar o seu PIB até 2040, desde que aposte no aumento da produtividade. Para tal, é fundamental reforçar o investimento nas indústrias tradicionais e acelerar a eletrificação e a inteligência artificial.

A consultora aponta que, “desta forma, o país poderá inverter o crescimento anémico das últimas décadas e voltar a convergir com a média europeia”.

Este foco na produtividade em Portugal é relevante dentro de um contexto global onde o aumento da riqueza foi amplamente impulsionado pela valorização dos ativos financeiros, financiada por um crescimento descontrolado da dívida.

“Grande parte desse crescimento [da riqueza desde 2000] veio do aumento nos preços dos ativos, financiado por uma proliferação de dívidas, em vez de novas poupanças e investimentos”, explica a McKinsey.

Embora o mundo tenha criado quase 4 dólares de nova riqueza por cada dólar de novo investimento, também foram gerados 1,90 dólares de nova dívida, colocando pressão sobre o crescimento a longo prazo.

À medida que a análise se expande para o contexto global, a McKinsey alerta que o elevado nível de dívida pode levar a crises financeiras, reduzindo a capacidade de consumo e investimento das famílias, governos e empresas.

“Quando as famílias, os governos ou as empresas precisam de efetuar grandes reembolsos de dívida, isso significa menos dinheiro disponível para consumo e investimento”, aponta o estudo.

Para resolver esse desequilíbrio, é imprescindível que os países, incluindo Portugal, invistam na produtividade, permitindo assim uma melhoria da saúde financeira e um crescimento económico sustentável.

Além disso, o estudo ressalta que, entre 2000 e 2024, os agregados familiares acumularam 400 biliões de dólares em riqueza, mas 36% desses ganhos foram apenas no papel, desligados da economia real.

“A inflação acumulada geral, que mantém os valores reais da riqueza, acrescentou cerca de 40%”, explica a McKinsey, indicando que menos de 30% dos ganhos refletem investimento efetivo na economia.

Este panorama global destaca a importância de Portugal não apenas acompanhar as tendências, mas também implementar estratégias que promovam um crescimento robusto.

Por fim, a consultora conclui com um alerta sobre os riscos que a atual trajetória de baixo crescimento apresenta para a Europa e a necessidade de mudanças estruturais na China.

“O melhor resultado, de longe, seria uma aceleração da produtividade, permitindo que os países alcançassem a saúde dos seus balanços através do crescimento económico”, finaliza a McKinsey.

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